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Um ano depois, Paris continua "órfã" da sua catedral icónica

Os católicos em Paris, mas também os milhões que passaram por Notre Dame, "não esquecem" a catedral e sendo a mãe de todas as igrejas na capital francesa, deixa "um bocadinho órfãos" todos os que se identificam com ela.

Um ano depois, Paris continua "órfã" da sua catedral icónica
Notícias ao Minuto

11:30 - 14/04/20 por Lusa

Mundo Notre-Dame

"A catedral não é só um espaço de celebração. É a Igreja do Bispo, onde ele tem a sua cátedra. E é a Igreja mãe de todas as igrejas. Portanto, cada comunidade cristã tem na catedral a sua mãe, enquanto ela não estiver funcional, estamos um bocadinho órfãos", disse à agência Lusa o reitor do Santuário Nossa Senhora de Fátima de Paris, Nuno Aurélio.

À frente de uma igreja de culto mariano na capital francesa, o padre português considera que um ano após o incêndio de 15 de abril que devastou a catedral de Notre Dame, o "trauma" persiste por não haver local de culto que substitua uma catedral e por tocar a todos, crentes e não crentes.

"A catedral de Notre Dame, para além de ser uma igreja de Paris, é um espaço por onde passou a história da França e, para além da França, por onde passou a vida de muitos milhões de pessoas que vêm a Paris e que a visitaram. Daí a consternação, o choque que o incêndio provocou em todo o mundo", indicou Nuno Aurélio.

A data de reabertura da catedral foi estabelecida pelas autoridades francesas para 16 de abril de 2024, cinco anos após o incêndio. Uma meta na qual o padre português, antigo diretor do Secretariado dos Bens Culturais da Igreja entre 1999 e 2007, não tem muita fé.

"Por aquilo que fui ouvindo naquela época, a realidade dos prejuízos na catedral e escutando os especialistas que aqui vão falando nela, não me parece realista que neste prazo de cinco anos seja possível renová-la", considerou.

Nuno Aurélio argumenta que estes trabalhos são "demorados e delicados" já que não se trata de betão. O padre lembra ainda que neste momento, devido à pandemia, o estaleiro das obras se encontra fechado e que ainda nem há "um diagnóstico definitivo" sobre a estrutura da catedral.

"Eu acredito em milagres, mas milagres que envolvem pedras e outras coisas, é mais difícil", concluiu.

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