Afeganistão: Talibãs rejeitam libertação de presos anunciada pelo governo
O movimento talibã rejeitou hoje a libertação de presos talibãs anunciada pelo Governo do Afeganistão afirmando que ela não cumpre os princípios do processo acordado com os Estados Unidos.
© Reuters
Mundo Afeganistão
"Não confirmamos a libertação de prisioneiros, que não está em conformidade com as disposições do nosso acordo de paz com os Estados Unidos", disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.
O anunciou da libertação foi feito hoje, um dia depois de os talibãs terem anunciado a suspensão das discussões iniciadas no final de março com o executivo de Cabul sobre uma troca de detidos, que qualificaram de "estéreis".
Segundo o Governo, vão ser libertados 100 presos, detidos na prisão de Bagram, selecionados em função da idade, estado de saúde e tempo em falta para o fim da pena.
"Estes prisioneiros não foram libertados segundo o processo discutido e acordado" entre o executivo e a equipa técnica do movimento, frisou o porta-voz talibã.
"A nossa equipa técnica regressou de Cabul e não participou neste processo de libertação", insistiu.
Já o executivo disse hoje, ao anunciar a libertação, que continua "aberto a continuar o trabalho técnico com os talibãs para avançar no processo de paz".
"Cumprimos a nossa parte do acordo. (...) O processo de paz deve avançar", disse Javid Faisal, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), um órgão governamental.
Em discussão estava a troca de 5.000 prisioneiros talibãs por 1.000 membros das forças afegãs, um dos pontos-chave do acordo assinado a 29 de fevereiro em Doha entre os Estados Unidos e os rebeldes, mas não ratificado por Cabul.
Nesse acordo, Washington comprometeu-se com uma retirada das forças estrangeiras do Afeganistão no prazo de 14 meses, na condição de os talibãs respeitarem os compromissos ao nível da segurança e iniciarem negociações "interafegãs" sobre o futuro do país.
As negociações entre o executivo afegão e os talibãs são as primeiras desde que os talibãs foram afastados do poder em 2001 por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.
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