Tribunal da UE exige suspensão de regime disciplinar de juízes na Polónia
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) exigiu hoje à Polónia a "suspensão imediata" do novo regime disciplinar aplicável aos juízes polacos, num despacho emitido a pedido da Comissão Europeia para a adoção de medidas provisórias.
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Mundo União Europeia
"A Polónia deve suspender imediatamente a aplicação das disposições nacionais sobre os poderes da câmara disciplinar do Supremo Tribunal", segundo um comunicado do tribunal europeu.
Em 23 de janeiro, a Comissão Europeia pediu ao TJUE que exigisse à Polónia a suspensão do funcionamento da câmara disciplinar do Supremo Tribunal polaco, impondo medidas cautelares.
Hoje, o tribunal emitiu um despacho no qual "julga procedente o pedido da Comissão de medidas provisórias".
Varsóvia deve comunicar a Bruxelas, o mais tardar um mês após a notificação do despacho do TJUE "todas as medidas que tenha tomado para ficar em conformidade" com o mesmo.
O despacho que autoriza as medidas provisórias não prejudica a posterior sentença sobre a substância do caso, salienta o comunicado.
A reforma judicial levada a cabo pelo Lei e Justiça, partido nacionalista que lidera o governo da Polónia, foi aprovada em 20 de dezembro pelo parlamento polaco e permite ao Governo multar ou demitir juízes cujas decisões possam ser consideradas inconvenientes para o regime.
Em concreto, a lei propõe sanções, incluindo a rescisão, para os magistrados que questionem a legalidade das nomeações feitas com base na reforma judicial e para os que participem em atividades públicas que possam comprometer a posição de neutralidade judicial.
Está previsto, por exemplo, que juízes que suscitem junto do Tribunal Europeu questões prejudiciais (previstas no tratado europeu) para questionar se a Polónia cumpre os requisitos da legislação europeia sejam objeto de processo disciplinar sem recurso para os tribunais.
A 11 de janeiro, os juízes de diversos países membros da União Europeia (UE), incluindo de Portugal, juntaram-se a centenas de magistrados e advogados polacos para manifestar a sua oposição às mudanças impostas pelo governo.
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