ONU pede "libertação rápida" de opositor maliano raptado em março
O Conselho de Segurança da ONU apelou hoje para a "libertação rápida" do líder da oposição no Mali, Soumaïla Cissé, raptado em 25 de março, no norte do país, após uma reunião dedicada ao país.
© Reuters
Mundo Soumaïla Cissé
Soumaïla Cissé, 70 anos, foi raptado no final do mês passado quando se dirigia para o seu bastião eleitoral, Niafounké, na região de Timbuktu, enquanto realizava campanha com vista às eleições legislativas de 29 de março.
Segundo a agência noticiosa France-Presse, através de uma declaração, os membros do Conselho de Segurança "condenam" também o "ataque terrorista" de segunda-feira contra o Exército do país, que matou pelo menos 25 pessoas e feriu seis em Bamba, na região nortenha de Gao.
Várias partes do território do Mali continuam fora da autoridade do Estado, depois de meses consecutivos de ataques mortais contra o Exército do país.
Estes ataques são regularmente atribuídos a grupos ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico.
Num comunicado, o Conselho de Segurança pediu ainda ao Governo e às Nações Unidas para que colaborem para a contenção da propagação da covid-19 no país.
À força de paz da ONU no país, a MINUSMA, o organismo das Nações Unidas pediu que "prosseguisse a sua missão apesar da pandemia".
O Conselho de Segurança registou alguns progressos na implementação do acordo de paz de 2015, mas instou a novos avanços por parte de Governo e dos grupos armados que assinaram este documento.
A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante 10 meses.
Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 graças a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.
De acordo com a ONU, mais de 4.000 pessoas foram mortas em ataques terroristas em 2019 no Mali, Burkina Faso e Níger, tendo o número de pessoas deslocadas aumentado 10 vezes, ficando próximo de um milhão.
Além de uma força conjunta do G5 Sahel - composta por militares de Mali, Burkina Faso, Níger, Chade e Mauritânia -, a região conta também com a operação Barkhane, uma missão das Forças Armadas francesas no Mali.
A missão da ONU no país, a MINUSMA, uma das mais dispendiosas da organização, conta com cerca de 14.000 soldados.
O atual mandato da Minusma expira em junho.
O Governo português tinha previsto "para 15 de maio" a "projeção de um avião C-295 para o Mali", o que envolve "70 pessoas de apoio à aeronave", mas admitiu que "é possível que venha acontecer apenas mais tarde", devido à pandemia de covid-19.
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