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Cardeal saúda decisão de tribunal que anulou sentença de abuso a menores

O cardeal católico George Pell saudou hoje a decisão do Supremo Tribunal da Austrália de anular a sentença de seis anos que lhe foi imposta por abuso sexual de dois menores nos anos 90.

Cardeal saúda decisão de tribunal que anulou sentença de abuso a menores
Notícias ao Minuto

10:25 - 07/04/20 por Lusa

Mundo Austrália

"Eu sempre declarei a minha inocência enquanto sofria de uma grave injustiça", disse George Pell na sua primeira declaração pública desde que foi condenado.

"Não tenho rancor em relação ao meu acusador", um antigo membro de coro da igreja cujo testemunho estava no centro da acusação do clérigo de 78 anos.

George Pell disse que o seu julgamento "não foi um referendo sobre a Igreja Católica, nem um referendo sobre como as autoridades da Igreja na Austrália lidaram com o crime de pedofilia na Igreja".

"A questão era se eu havia cometido esses crimes terríveis ou não", acrescentou.

O Papa Francisco fez uma referência em sua homilia matinal que parece relacionar-se com o caso de George Pell, ao dizer que estava a orar por todos os que foram injustamente perseguidos.

O arcebispo de Sydney, Anthony Fisher, pediu que a decisão encerre a perseguição a George Pell nos tribunais.

"Estou satisfeito que o cardeal seja agora libertado e peço que a perseguição que nos levou a este ponto agora pare", disse Anthony Fisher num comunicado.

"A absolvição do cardeal hoje convida a uma reflexão mais ampla sobre o nosso sistema de justiça, o nosso compromisso com a presunção de inocência e o nosso tratamento com figuras de alto nível acusadas de crimes", acrescentou Fisher.

A Rede para os Sobreviventes dos Abusos de Sacerdotes disse num comunicado que ficou "consternada e com o coração partido" com a decisão do Supremo Tribunal da Austrália.

O Supremo Tribunal da Austrália anulou hoje a sentença de seis anos de prisão imposta ao cardeal George Pell, ex-tesoureiro do Vaticano, por abuso sexual de dois menores nos anos 90.

O plenário dos juízes do Supremo Tribunal da Austrália considerou que havia "uma possibilidade significativa de uma pessoa inocente ter sido condenada porque a prova não estabeleceu culpa com o nível de evidência exigido", de acordo com a decisão à qual a agência de notícias Efe teve acesso.

A decisão não é passível de recurso.

O caso de pedofilia contra o ex-responsável das Finanças do Vaticano tem como base o testemunho de duas vítimas que o denunciaram em 2014.

Um dos acusadores morreu após o início do processo, vítima de consumo excessivo de estupefacientes.

Segundo a defesa, os dois juízes anteriores que tinham condenado o cardeal cometeram um erro ao exigir que George Pell provasse a sua inocência sobre os crimes que lhe foram atribuídos.

O Supremo Tribunal também considerou que o júri "deveria ter duvidado da culpa do réu em relação a cada um dos crimes pelos quais foi condenado".

O cardeal foi condenado em março de 2019 por cinco acusações de abuso sexual, incluindo uma de penetração oral, cometida contra duas crianças no coro da Catedral de São Patrício em 1996 e 1997, quando era arcebispo de Melbourne.

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