Cerca de 150 profissionais da saúde detidos em protesto no Paquistão
Cerca de 150 médicos e outros profissionais de saúde foram hoje detidos pela polícia enquanto protestavam contra a falta de material de proteção para lidar com o novo coronavírus nos hospitais de Quetta, no sul do Paquistão.
© Reuters
Mundo Covid-19
"Fomos espancados como terroristas como recompensa pelos nossos serviços", disse Yasir Khan, presidente da Associação de Jovens Médicos da província do Baluchistão, da qual Quetta é capital, numa conferência de imprensa após o protesto.
As televisões paquistanesas transmitiram imagens de polícias a atacar com cassetetes os profissionais de saúde, mobilizando-os à força e colocando-os em carrinhas da polícia.
Khan indicou que cerca de 150 médicos, paramédicos e enfermeiros foram detidos e que, por isso, a classe entrou em greve na cidade.
"Depois do que aconteceu, é impossível continuar a trabalhar. Se essa é a recompensa (pelo nosso trabalho), boicotamos os serviços", disse o médico, que observou que durante a última semana pelo menos 15 médicos na cidade foram infetados pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.
"Nós apenas queremos material de proteção", observou o médico.
Waseem Baig, membro da associação médica e porta-voz do Hospital Civil Quetta, disse à agência de notícias EFE que estavam a negociar com a autarquia para procurar uma solução para a situação.
A Amnistia Internacional (AI) condenou a detenção do pessoal médico e exigiu a sua libertação imediata.
"As prisões hoje no Baluchistão são um ataque ao direito (destes profissionais da saúde) de protesto pacífico e uma afronta aos riscos que correm", afirmou a organização não-governamental.
Até ao momento, o Paquistão registou 50 mortes pela covid-19 e 3.277 infeções pelo novo coronavírus confirmadas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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