O primeiro-ministro, Imran Khan, confia nas restrições que impôs ao tamanho das congregações que frequentam as mesquitas, assim como nos conselhos para as pessoas ficarem em casa dados por grupos religiosos, como o Conselho de Ideologia Islâmica do Paquistão.

No entanto, algumas províncias ordenaram bloqueios para impedir os muçulmanos de se reunirem para as orações de sexta-feira.

Na província de Sindh (sul) o confinamento era obrigatório entre o meio-dia e as 15:00, período da oração. Qualquer pessoa encontrada na rua seria presa, de acordo com um comunicado do ministro do governo.

No Punjab (província no leste), onde vivem 60% dos 220 milhões de paquistaneses, foram instalados postos de controlo nas principais cidades para impedir as pessoas de se congregarem.

Ainda assim, as mesquitas continuam abertas no Paquistão, apesar de ter sido encerradas em muitas zonas do Médio Oriente e não só.

O Médio Oriente confirmou 85.000 casos do novo coronavírus e mais de 3.700 mortes, a maioria no Irão.

O Paquistão, com 2.450 casos confirmados e 35 mortos, tem sido duramente criticado por ter sido demasiado lento a tomar medidas para restringir as grandes concentrações de pessoas, incluindo a reunião de dezenas de milhares de muçulmanos de vários países islâmicos em março.

A reunião do movimento missionário Tableeghi Jamaat é responsabilizada por vários surtos do vírus noutros países.

Os dois primeiros casos confirmados na Faixa de Gaza foram relacionados com a reunião.

Bairros inteiros, incluindo nos subúrbios da capital paquistanesa, Islamabad, foram encerrados porque os religiosos que estiveram no encontro foram contagiados.

Apesar disso, alguns líderes religiosos no Paquistão ainda pedem aos fiéis que desafiem as restrições e se reúnam nas mesquitas.

O mufti Muneeb-ur-Rehman, que preside à comissão encarregada de avistar a lua nova no Paquistão, que marca o início de meses sagrados como o do Ramadão, foi à televisão dizer às pessoas que a sua fé as protegeria e que deviam ir às mesquitas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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