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Oposição diz que elementos da equipa de Guaidó "foram sequestrados"

A oposição venezuelana denunciou hoje que 10 colaboradores do líder opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, "foram sequestrados" nos últimos dias pelas forças de segurança.

Oposição diz que elementos da equipa de Guaidó "foram sequestrados"
Notícias ao Minuto

06:18 - 03/04/20 por Lusa

Mundo Venezuela

"Dez membros da sua equipa foram sequestrados, cinco deles nas últimas 72 horas", refere um comunicado divulgado em Caracas e dirigido à comunidade internacional.

O documento anuncia que na quinta-feira oficiais da Direção de Contrainteligência Militar (serviços de informações militares), "organismo repressivo do regime narcoterrorista de Nicolás Maduro, sequestraram" o seu assessor de Juan Guaidó, Demóstenes Quijada, e a assistente Maury Carrero.

Demóstenes Quijada "foi sequestrado na presença da mulher e de um filho de 8 anos de idade com a desculpa de que estavam numa operação por motivo da covid-19".

"Por detrás de tudo isso está a retaliação política do regime de Nicolás Maduro", o Presidente do país, refere o comunicado. Esta retaliação, que inclui 'operações tun-tun' (ações surpresa contra a oposição), é designada de "fúria bolivariana", a expressão usada pelo regime para intimidar da oposição e que tem como alvo os colaboradores de Juan Guaidó.

A oposição diz que está a enfrentar pessoas que enfrentam processos na justiça internacional e cujos crimes "são cometidos desde uma posição de poder", pedindo aos governos e organismos multilaterais que "permaneçam atentos perante as ameaças sobre a vida, liberdade e integridade física" de Juan Guaidó, da sua família e colaboradores.

"A tirania de Nicolás Maduro, aproveitando-se da situação atual de quarentena e confinamento devido à pandemia da covid-19, usa essa vulnerabilidade para atacar os adversários políticos, persegui-los, detê-los à força, sem o mais mínimo respeito pelos seus direitos e dignidade humana", afirma.

Hoje, o diretor da organização não-governamental Foro Penal Venezuelano (FPV), Alfredo Romero, denunciou, através da sua conta na rede social Twitter que desde o início da quarentena, em 13 de março, foram detidas 23 pessoas.

Segundo Romero, também que tem havido "violações no acesso à justiça". Os advogados de defesa são obrigados a esperar as audiências fora do tribunal e os detidos estão em "masmorras imundas dos tribunais, esperando sem comer", refere a FPV.

Entre os detidos está um piloto de apelido Gamboa, de 64 anos de idade, acusado de terrorismo.

Na quarta-feira, o número dois do chavismo (depois de Nicolás Maduro), Diosdado Cabello, que é presidente da Assembleia Constituinte, advertiu a oposição, através da televisão estatal, que iria aplicar "a fúria bolivariana" contra quem apoiasse uma possível invasão dos Estados Unidos contra a Venezuela.

"Vou fazer uma recomendação aos esquálidos (opositores) que andam contentes porque vão chegar os fuzileiros em barcos: estão a meter-se em problemas, porque quando puserem um pé aqui, nós iremos atrás de vocês senhores, que têm pedido uma invasão à nossa pátria", disse.

"Assumam a vossa responsabilidade que nós assumimos a nossa. Alegrem-se se quiserem, façam festa, mas assim que algo parecido acontecer, vamos atrás de vocês. A fúria bolivariana está em alerta", acrescentou Diosdado Cabello.

A crise política, económica e social na Venezuela, agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou assumir publicamente as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.

Mais de 60 países apoiam Juan Guaidó, entre eles Portugal, uma decisão tomada no âmbito da União Europeia.

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