"Não entrámos nesta crise com uma grande indústria de diagnósticos. Mas isso não significa que não podemos construir uma", afirmou hoje numa conferência de imprensa.

Segundo Hancock, farmacêuticas como a AstraZeneca e a GSK, que não têm grande experiência na realização de diagnósticos, vão trabalhar com empresas britânicas especializadas, mas de dimensão mais reduzida. 

"O novo esforço nacional para testes vai garantir que possamos fazer testes para todos aqueles que precisam deles", acrescentou, apontando como meta a realização de 100.000 testes por dia até o final deste mês.

Um outro pilar do plano anunciado hoje vai ser a colaboração com universidades e laboratórios de investigação e empresas para realizar mais testes, dando prioridade aos médicos e enfermeiros e familiares. 

Um dos parceiros vai ser o instituto Francis Crick, em Londres, que anunciou hoje que vai começar a produzir 500 a 2.000 testes por dia. 

O Governo britânico tem estado sob pressão para aumentar o número de testes diários a profissionais de saúde atualmente impedidos de trabalhar por estarem em isolamento com sintomas, ou por alguém na mesma casa ter sintomas.

A maioria dos jornais deu hoje destaque à questão na primeira página, com o The Guardian a referir que apenas 2.000 entre 500.000 funcionários do sistema nacional de saúde (NHS) foram testados, embora Hancock tenha reivindicado que já foram testados 5.000 funcionários.

O Daily Mail apelidou o problema de "escândalo dos testes", o Daily Mirror chama-lhe "balbúrdia" e o The Times também se queixa do "caos dos testes".

De acordo com o balanço de hoje, nas últimas 24 horas o número de testes realizado foi de 10.215, apesar de o governo garantir ter capacidade para fazer cerca de 13.000 testes diários em laboratórios públicos do NHS, e de manter a ambição de realizar 25.000 até ao final deste mês. 

O governo britânico é criticado por estar muito atrás da Alemanha, que produz cerca 500.000 testes por semana, mas Hancock atribuiu esta desvantagem ao facto de aquele país ter dezenas de laboratórios de diagnóstico estabelecidos. 

O ministro falou ainda da dificuldade em obter matérias, como zaragatoas ou e reagentes químicos necessários, problemas para os quais disse estarem a ser encontradas soluções.

O número total de mortes relacionadas com a covid-19 no Reino Unido aumentou hoje para 2.921, mais 569 do que na quarta-feira, enquanto o número de casos positivos subiu para 33.718, informou hoje o Ministério da Saúde britânico. 

Os números das mortes referem-se apenas a pacientes que morreram no hospital e foram diagnosticados com covid-19 e são compilados com base em informação das direções regionais de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte de óbitos registados até às 17:00 horas da véspera. 

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