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Presidente do parlamento de Israel renuncia ao cargo

O presidente do parlamento de Israel (Knesset), Yuli Edelstein, anunciou hoje a sua renúncia ao cargo para evitar ter de cumprir uma ordem do Supremo Tribunal Federal que o obriga a organizar a eleição de um sucessor.

Presidente do parlamento de Israel renuncia ao cargo
Notícias ao Minuto

10:21 - 25/03/20 por Lusa

Mundo Israel

"Renuncio ao cargo de presidente do Knesset", disse Yuli Edelstein, membro do partido de direita Likud, do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, num discurso feito perante os deputados.

Essa decisão pode abrir caminho para a eleição de um presidente do parlamento das fileiras do partido Azul e Branco, de Benny Gantz, o grande rival de Netanyahu.

O Supremo Tribunal ordenou esta semana a reabertura do parlamento israelita para escolher um novo presidente, retirando protagonismo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu durante a crise da pandemia da covid-19.

Benjamin Netanyahu enfrenta um julgamento em que é acusado de corrupção, enquanto procura liderar o país no meio da pandemia de covid-19 e no meio de uma crise política provocada pela falta de uma maioria parlamentar que sustente o seu Governo, ao fim de três eleições no espaço de um ano.

O atual presidente do parlamento israelita suspendeu as atividades parlamentares, na passada semana, alegando questões processuais e restrições de reuniões por causa do risco de propagação do novo coronavírus.

Mas o principal partido da oposição, Azul e Branco, apoiado por uma pequena maioria parlamentar, disse que os trabalhos dos deputados devem prosseguir, sobretudo perante a crise pandémica que se vive em todo o mundo e viu agora a sua pretensão apoiada por uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que ordenou eleições para um novo presidente do Parlamento que permita o seu funcionamento.

Benny Gantz, líder da oposição e do partido Azul e Branco, acusou Edelstein de estar a fechar os corredores do parlamento para manter o seu lugar e proteger o seu líder partidário, o primeiro-ministro Netanyahu.

"A democracia e a lei em Israel serão protegidas, mesmo que não seja confortável para alguém", disse Benny Gantz, num discurso na sala do Parlamento, quase vazia, porque Israel limitou de forma drástica a dimensão das reuniões públicas, devido ao risco de propagação do novo coronavírus.

Agora, espera-se que o partido Azul e Branco escolha um novo presidente e use a sua maioria parlamentar para aprovar legislação que impeça Netanyahu de continuar como primeiro-ministro nos próximos tempos.

O partido Likud, por sua vez, acusa o Azul e Branco de confiar nos votos dos deputados árabes do parlamento para "atropelar a democracia" no meio de uma crise sanitária, prometendo boicotar qualquer eleição para a escolha de um novo presidente do Parlamento.

Mas um painel de cinco juízes do Supremo Tribunal de Justiça, liderado por Esther Hayut, ordenou a Edelstein para que anunciasse se tencionava levar a escolha de um novo presidente a votação, caso contrário seria obrigado a acusá-lo judicialmente.

Numa réplica dura, um dos elementos mais próximos de Netanyahu, o ministro do gabinete, Yariv Levin, acusou o tribunal de "assumir formalmente o controlo" do Parlamento.

"Se a juíza Hayut se colocar acima do Parlamento, ela será convidada a vir a este edifício, com os seus guardas, e a abrir a sessão sozinha. Dessa forma, ficará claro que estaremos perante um golpe", disse Levin.

A crise política acontece em plena crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19, com a Israel a registar mais de mil pessoas contaminadas e uma morte.

O líder da oposição acusa Netanyahu de estar a usar a crise do novo coronavírus como cobertura para controlar instituições democráticas do país, com o país praticamente paralisado em isolamento social e o primeiro-ministro envolto num processo judicial, em que é acusado de corrupção e suborno.

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