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Argélia: Primeira 6.ª feira sem 'Hirak' após proibição das manifestações

Pela primeira vez desde há mais de um ano as ruas de Argel estiveram vazias numa sexta-feira, com o novo coronavírus a sobrepor-se pelo menos temporariamente às marchas semanais do 'Hirak', o movimento de contestação argelino.

Argélia: Primeira 6.ª feira sem 'Hirak' após proibição das manifestações
Notícias ao Minuto

15:50 - 20/03/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Na 57.ª sexta-feira do 'Hirak', o movimento de protesto pacífico anti-regime que decorre na Argélia desde 22 de fevereiro de 2019, apenas polícias, a maioria com máscaras de proteção, rondavam pelo centro da capital, devido à ausência de manifestantes ou das habituais palavras de ordem contra o "sistema", referiu a agência noticiosa AFP.

As multidões de manifestantes tinham desafiado até ao momento -- em Argel e dezenas de cidades e localidades do país magrebino --, as forças policiais, o calor, as tempestades de areia, as férias de verão, o jejum do Ramadão, e mesmo até recentemente os primeiros mortos do novo coronavírus, para exigir uma "Argélia livre, democrática e social".

Devido à propagação da pandemia (10 mortos e 90 casos confirmados na Argélia), as autoridades proibiram os desfiles. Nos últimos dias, incluindo no interior do movimento e da oposição política, também se tinham multiplicado os apelos para uma suspensão temporária do prolongado protesto.

Muitos argelinos e argelinas saíram hoje à rua, mas para se abastecerem de produtos essenciais, enquanto uma carrinha da câmara municipal da capital equipada com altifalantes e cartazes pedagógicos contra a pandemia da covid-19 apelava aos habitantes para desinfetarem "as casas e espaços comuns dos prédios".

Na quinta-feira a Argélia ordenou o encerramento de cafés e restaurantes nas grandes cidades, a suspensão de todos os meios de transportes públicos e privados no interior das cidades e entre as prefeituras ('wilayas'), e ainda o tráfego ferroviário.

Escolas, salões de festas, mesquitas, estádios, entre outros locais, tinham já sido encerrados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.

A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).

A China, por sua vez, informou não ter registado novas infeções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infeções oriundas do exterior.

No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infeções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.

Destaque também para o Irão, com 1.433 mortes em 19.644 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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