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Retaliação de Pequim dita expulsão de pelo menos 13 jornalistas dos EUA

Pelo menos 13 jornalistas norte-americanos vão ser expulsos da China, em retaliação contra um novo limite imposto por Washington no número de vistos emitidos para funcionários chineses em representações de órgãos estatais no país.

Retaliação de Pequim dita expulsão de pelo menos 13 jornalistas dos EUA
Notícias ao Minuto

09:11 - 18/03/20 por Lusa

Mundo Pequim

O Clube dos Correspondentes Estrangeiros na China (FCCC, na sigla em inglês) disse que são pelo menos 13 os jornalistas que vão ser expulsos, distribuídos pelo The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post.

Trata-se de longe da maior expulsão de jornalistas estrangeiros da China nas últimas décadas.

"Não há vencedores no uso de jornalistas como peões diplomáticos pelas duas maiores potências mundiais", apontou o FCCC.

Os EUA anunciaram, no início deste mês, que cinco órgãos de comunicação chineses controlados pelo Estado vão ter direito, no total, a 100 vistos de trabalho, traduzindo-se na expulsão de fato de cerca de 60 jornalistas.

Washington justificou a decisão com a crescente vigilância, assédio e intimidação a jornalistas norte-americanos e outros estrangeiros que trabalham na China pelas autoridades locais.

Entre os órgãos oficiais afetados pela decisão norte-americana estão a agência noticiosa oficial Xinhua, o jornal China Daily e a televisão estatal CGTN.

O anúncio do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês especifica que os cidadãos norte-americanos que trabalham nos três jornais referidos, e cujas credenciais terminam este ano, devem entregar os seus cartões de imprensa no prazo de 10 dias.

Estes jornalistas ficarão igualmente impedidos de trabalhar em Macau e Hong Kong, regiões chinesas com estatuto semiautónomo.

Nos últimos seis anos, a China expulsou nove jornalistas estrangeiros, segundo o FCCC.

A decisão de Pequim reflete a crescente hostilidade entre Washington e Pequim, que inclui já uma prolongada guerra comercial e tecnológica ou disputas em torno do acesso ao Mar do Sul da China.

Em editorial, a imprensa estatal chinesa culpou os Estados Unidos pela decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"O impacto da decisão dos EUA não se limitará à imprensa, mas criará efeitos gerais negativos e novas incertezas no relacionamento", avisou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, contestou a comparação entre as ações dos EUA e da China, apontando que os jornalistas chineses em Washington desfrutam de liberdades de imprensa que não existem na China.

"Identificámo-los como trabalhando em missões estrangeiras e ao abrigo da lei norte-americana. São coisas diferentes. E lamento a decisão da China de reduzir ainda mais a capacidade do mundo de obter informação livre", disse.

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