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Habitantes de cidades poluídas correm mais riscos, advertem ONG europeias

A Aliança Europeia de Saúde Pública advertiu hoje que aqueles que vivem em cidades poluídas correm mais riscos face ao surto de Covid-19, pois a poluição do ar causa condições associadas à maior taxa de mortalidade do novo coronavírus.

Habitantes de cidades poluídas correm mais riscos, advertem ONG europeias
Notícias ao Minuto

15:25 - 16/03/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Em comunicado, a Aliança (EPHA, na sigla em inglês), que reúne uma série de organizações não-governamentais europeias na área da saúde pública, sublinha que a poluição atmosférica provoca hipertensão, diabetes e doenças respiratórias, "condições que os médicos começam a relacionar com taxas de mortalidade mais elevadas por Covid-19".

A EPHA recorre a um estudo de 2003, sobre vítimas do coronavírus SARS [síndrome respiratória aguda grave], que concluiu que "os pacientes em regiões em níveis de poluição do ar moderados tinham 84% mais possibilidades de morrer do que aqueles em regiões com pouca poluição do ar".

Lembrando que "a poluição do ar é um dos maiores riscos para a saúde na Europa", provocando cerca de 400 mil mortes prematuras por ano, a Aliança aponta que uma das zonas de risco é precisamente o norte de Itália, "epicentro do surto do novo coronavírus na Europa", mas sublinha que o problema é generalizado, recordando que houve 71 processos de infração abertos pela Comissão Europeia contra os Estados-membros por incumprimento da legislação comunitária em matéria de qualidade do ar.

"Os governos deveriam ter combatido a poluição do ar crónica há já muito tempo, mas deram prioridade à economia sobre a saúde, ao serem ligeiros com a indústria automóvel. Quando esta crise estiver ultrapassada, os decisores políticos têm que acelerar medidas para retirar os veículos mais poluidores das nossas estradas", comentou o secretário-geral em exercício da EPHA.

"A ciência diz-nos que epidemias como a Covid-19 vão ocorrer com cada vez mais frequência, pelo que 'limpar' as estradas é um investimento básico para um futuro mais saudável", concluiu Sascha Marscahng.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 já infetou cerca de 170 mil pessoas em todo o mundo, das quais 6.500 morreram e mais de 75 mil recuperaram.

O surto começou na China em dezembro de 2019 e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais de 55 mil infetados e pelo menos 2.335 mortos.

A Itália com 1.809 mortos (em 24.747 casos), a Espanha com 297 mortos (8.794 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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