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Escola Portuguesa de Díli suspende aulas após inundação

A direção da Escola Portuguesa de Díli (EPD) suspendeu as aulas na próxima semana porque os danos das inundações de sexta-feira foram muito mais graves do que inicialmente se antecipava, com mais de 70 centímetros de lama acumulada.

Escola Portuguesa de Díli suspende aulas após inundação
Notícias ao Minuto

14:30 - 15/03/20 por Lusa

Mundo Díli

"As aulas na próxima semana não vão acontecer porque quando fizemos a avaliação dos estragos, os danos foram muito piores do que eu antecipava. O grau de destruição foi muito elevado", disse Acácio de Brito, em declarações à Lusa.

"Temos cerca de 70 centímetros de lama, e a retroescavadora está com grande dificuldade para podermos recolher isso", notou.

Acácio de Brito disse que o custo total da intervenção que vai ser necessária para devolver a normalidade à escola ainda está a ser orçamentado e que será, posteriormente, remetido à tutela.

"Mas não tenho dúvida alguma de que a Direção Geral de Administração Escolar tudo fará para responder de forma cabal e precisa e a EPD vai reabrir nas condições em que infelizmente, devido a esta intempérie, deixou de ter", afirmou.

O diretor da escola disse que a EPD sofreu as consequências da negligência na manutenção da ribeira nas traseiras, especialmente pelo bloqueio de sedimentos na ponte próxima, que ironicamente é conhecida como "My Friend" (minha amiga).

"A ponte estava mal limpa, a ribeira mal limpa e nós sofremos consequências de uma não-intervenção muito negativa. Rezamos para na segunda, quando se prevê mais chuvas, não voltemos a ter novas enxurradas", disse.

"Se não tivéssemos evacuado toda a zona do pré-escolar e primeiro ciclo, estaríamos a falar numa calamidade humana. As questões de natureza material vamos resolver e o capital humano esta cá", afirmou.

A partir de segunda-feira os professores e funcionários, que trabalharam durante todo o fim de semana, voltarão à escola para tentar minorar os danos materiais, limpando equipamento e outro material, enquanto decorrem as tarefas mais pesadas.

Foi montado um gabinete de crise no primeiro andar do edifício principal -- a única zona sem estragos -- onde estavam os servidos de 'back-up' que garantem que todo o registo documental e arquivo, incluindo dos alunos, não foi afetado.

Posteriormente, disse, haverá um reforço no muro traseiro, de proteção adicional, sendo essencial, porém, "que a ribeira seja limpa para evitar que volte a ficar assoreada".

Relativamente aos alunos, Acácio de Brito garantiu que ninguém será prejudicado, incluindo os que têm exames este ano e que vai ser adaptado um plano que já estava preparado para a eventualidade do COvid-19.

"Haverá sempre o acompanhamento por outros meios. O facto de que não há aulas não significa que não terão apoio. Nenhum aluno será prejudicado no seu processo de avaliação e de exames", afirmou.

Acácio de Brito agradeceu, em particular, o apoio do comandante das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Lere Anan Timur, que desde sábado de manhã destacou na escola uma unidade de engenharia que tem ajudado nas tarefas de limpeza.

Várias empresas privadas, principalmente portuguesas, ajudaram na recuperação do espaço. A elas juntaram-se pais, professores, alunos e ex-alunos e até pessoas sem ligação formal à escola.

"Atrevo-me a dizer que esta tragédia deu para conhecer a natureza muito boa do ser humano", afirmou.

Ainda assim algumas notas negativas, em particular residentes próximos que em várias ocasiões fecharam as estradas impedindo a passagem dos camiões, tendo mesmo uma pessoa estacionado o carro a bloquear o portão de passagem dos camiões para o interior do recinto.

"Tivemos camiões parados para passar e isso provoca custos adicionais e atrasos na já complexa tarefa de limpeza", referiu.

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