Ilhas gregas. UE dará 2 mil euros a migrantes que aceitem repatriamento
A União Europeia (UE) vai lançar um programa de repatriamento voluntário para tentar aliviar a sobrelotação dos campos de refugiados nas ilhas gregas, propondo aos migrantes aderentes uma ajuda individual de 2.000 euros, divulgaram hoje os 'media' internacionais.
© Reuters
Mundo Migrantes
Segundo o jornal britânico The Guardian, a ajuda monetária avançada pela UE é cinco vezes superior ao valor habitualmente proposto aos migrantes que aceitam regressar e reconstruir as suas vidas nos respetivos países de origem ao abrigo de programas de repatriamento voluntário executados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O diário britânico referiu que esta proposta estará só em vigor durante um mês, uma vez que a Comissão Europeia receia que este programa possa atrair ainda mais migrantes para a Europa.
Este programa, que não será aplicável aos refugiados que não têm casa para regressar, tem como objetivo incentivar os migrantes económicos a deixarem as ilhas gregas no Mar Egeu, próximas da Turquia e onde ficam vários campos de processamento e de acolhimento de refugiados, conhecidos como 'hotspots'.
A comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, declarou que este programa é "uma janela de oportunidade para um grupo-alvo", acrescentando que a OIM irá coordenar o plano com a agência europeia da guarda de fronteiras e costeira (Frontex).
"Os refugiados não irão regressar, é claro, não podem regressar, mas os migrantes económicos talvez tenham a consciência que não irão receber uma decisão positiva ao seu pedido de asilo e poderão estar interessados em aderir", disse a comissária europeia em declarações a um pequeno grupo de jornalistas.
O programa, frisou a representante do executivo comunitário, poderá ser uma forma rápida de aliviar a pressão vivida atualmente nos campos de refugiados nas ilhas gregas, onde as condições são "totalmente inaceitáveis".
A Comissão Europeia espera que pelo menos 5.000 pessoas aceitem esta oferta monetária, embora o executivo comunitário reconheça que faltam dados estatísticos sobre os migrantes económicos que estão atualmente nas ilhas gregas.
Também está a ser considerado pela Comissão aplicar este programa de repatriamento voluntário aos migrantes que estão em campos no território continental da Grécia, mas o valor será inferior aos 2.000 euros e superior ao montante habitualmente atribuído em outros programas voluntários (370 euros).
Desde 2016, cerca de 18.151 pessoas aceitaram regressar da Grécia para os respetivos países de origem, ao abrigo de programas de repatriamento voluntário financiados pela UE e geridos pela OIM.
Apenas cerca de um quinto deste número total (3.927) eram migrantes que estavam nas ilhas gregas.
A verba envolvida neste programa virá da ajuda de emergência de 700 milhões de euros que a Comissão Europeia prometeu canalizar, no início do mês, para apoiar a Grécia na resposta à pressão migratória naquele país, depois de a Turquia ter decidido 'abrir as portas' aos refugiados que pretendem rumar à Europa.
Mesmo antes deste clima de tensão na fronteira entre a Grécia e a Turquia, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) tinha indicado, em fevereiro, que mais de 36 mil requerentes de asilo estavam a viver nos centros de acolhimento em cinco ilhas do mar Egeu (Lesbos, Ios, Kos, Leros e Samos), originalmente projetados para 5.400 pessoas.
Muitos milhares estão a viver em pequenas tendas sem eletricidade, aquecimento ou água quente.
Os problemas de saúde têm vindo a aumentar nestes locais, onde os recursos médicos são escassos.
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