Dois candidatos presidenciais afegãos são empossados no cargo
O Presidente afegão, Ashraf Ghani, foi empossado hoje para um segundo mandato e o seu rival Abdullah Abdullah, que também reivindicou a vitória nas eleições presidenciais, organizou a sua própria cerimónia de posse em Cabul.
© Reuters
Mundo Afeganistão
"Juro em nome de Deus obedecer e proteger a religião sagrada do Islão, respeitar e supervisionar a aplicação da constituição", disse Ashraf Ghani durante uma cerimónia na presença de vários diplomatas.
Ao mesmo tempo, em outra ala do palácio presidencial, o derrotado nas eleições presidenciais de setembro de 2019, Abdullah Abdullah, declarou-se como o próximo Presidente do Afeganistão, de acordo com imagens transmitidas por televisões afegãs.
Este episódio ocorre num momento crucial das negociações de paz entre os talibãs e os Estados Unidos, lançando o caos nas conversações de paz.
O enviado para a paz dos Estados Unidos, Zalmay Khalilzad, esteve em reuniões, separadas, com os dois rivais durante a manhã de hoje.
Os Estado Unidos assinaram, há menos de duas semanas, um acordo com os talibãs e o próximo passo nestas conversações seria os dois lados afegãos (rebeldes e Governo) sentarem-se para discutir um roteiro para o futuro do país.
Os lados buscam resolver questões espinhosas como os direitos das mulheres, a liberdade de expressão e o destino de dezenas de milhares de homens armados nos dois lados nesta guerra de 18 anos. Estas negociações foram marcadas para terça-feira, em Oslo.
Entretanto, os EUA disseram que a retirada das suas tropas do Afeganistão estará ligada ao compromisso assumido pelos talibãs contra o terrorismo e não ao sucesso das negociações entre estes rebeldes e o Governo afegão.
A comissão eleitoral do Afeganistão declarou o atual Presidente Ashraf Ghani como vencedor da votação de setembro.
O seu ex-parceiro no Governo de unidade nacional, Abdullah Abdullah, bem como a comissão de reclamações eleitorais, afirmaram que os resultados estão repletos de irregularidades. Assim, Ghani e Abdullah declararam-se os vencedores da corrida presidencial.
Os dois candidatos também são apoiados por "senhores da guerra", os quais têm interesse em se manterem próximos da Presidência, complicando as negociações para quebrar o impasse que está a ser conduzido em Khalilzad.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahed, em resposta às perguntas realizadas pela Associated Press (AP), disse no final do domingo que os talibãs ainda estavam comprometidos com o acordo, mas referiu que este impasse na eleição presidencial "não é bom para a nação afegã".
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