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Talibãs atacam bases militares afegãs após nove dias de trégua

Os talibãs realizaram hoje uma dúzia de ataques simultâneos a bases militares afegãs, um dia depois de terem anunciado o fim da trégua parcial concertada com os Estados Unidos, avançaram fontes de segurança locais.

Talibãs atacam bases militares afegãs após nove dias de trégua
Notícias ao Minuto

12:35 - 03/03/20 por Lusa

Mundo Afeganistão

Uma autoridade do Ministério da Defesa afegão, que não quis ser identificada pela agência francesa de notícias AFP, listou 13 das 34 províncias afegãs que os talibãs atacaram na noite de segunda-feira.

Apesar de o Ministério da Defesa ter referido não haver relatos de baixas graves, o Governo anunciou hoje, em comunicado, que foram mortos dois soldados no sul da província de Kandahar.

Também o porta-voz do governador de Kandahar -- que não faz parte da lista das 13 províncias atacadas -- referiu terem sido mortos quatro membros das forças de segurança num ataque a Logar.

Os ataques aconteceram depois de nove dias de trégua parcial, durante os quais o número de ataques caiu a pique no Afeganistão, para grande satisfação da população, que finalmente descomprimiu após cerca de quatro décadas de conflito.

Essa redução dos combates foi imposta por Washington aos talibãs como pré-requisito para assinar um acordo que compromete os Estados Unidos a retirarem por completo as suas tropas do Afeganistão no prazo de 14 meses.

Na segunda-feira - dois dias após a assinatura do acordo com Washington -, os talibãs anunciaram o fim da trégua e o reinício das suas ofensivas contra as forças de segurança afegãs.

"As nossas operações vão regressar ao normal", afirmou o porta-voz dos insurgentes, Zabihullah Mujahid, acrescentando que os "'mujahedin' não atacarão as forças estrangeiras, mas as operações vão prosseguir contra as forças do governo de Cabul".

No domingo, o Presidente afegão, Ashraf Ghani, tinha anunciado o prolongamento da trégua parcial, no mínimo até ao início das discussões inter afegãs, previstas para 10 de março, "com o objetivo de garantir um cessar-fogo completo".

Ghani rejeitou, no entanto, um dos principais pontos do acordo assinado no sábado em Doha entre Washington e os talibãs relacionado com a libertação de 5.000 prisioneiros talibãs em troca de 1.000 membros das forças afegãs detidas pelos rebeldes.

Esta medida "constituiu um pré-requisito para as discussões inter afegãs", recordou Zabihullah Mujahid, numa comprovação das dificuldades que se preveem para a obtenção de um compromisso entre Cabul e a liderança talibã.

"Estamos em vias de verificar se [a trégua parcial] chegou ao seu termo. Mas até ao momento não foram assinalados ataques significativos", reagiu Fawad Aman, porta-voz adjunto do Ministério da Defesa.

No entanto, e após estas declarações, a polícia afegã anunciava que uma explosão no leste do país provocou três mortos e 11 feridos.

Na sequência da assinatura do acordo, os talibãs celebraram em público uma "vitória" contra os Estados Unidos.

Os talibãs foram derrubados do poder por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos após os atentados de 2001. Desde então, mantêm uma guerra incessante contra as forças multinacionais, depois enquadradas pela NATO.

Segundo a ONU, entre 32.000 e 60.000 civis afegãos foram mortos neste conflito que se prolonga há duas décadas, para além de cerca de 2.000 soldados norte-americanos.

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