Afeganistão: Estados Unidos admitem não esperar fim imediato de violência
Os EUA admitiram hoje que não esperam o fim imediato da violência no Afeganistão, numa declaração feita pelo Pentágono após um ataque que matou três talibãs e o anúncio dos insurgentes do fim de uma trégua parcial.
© Reuters
Mundo Afeganistão
"Eu tenho avisado as pessoas de que não haverá um fim total e imediato da violência no Afeganistão", disse hoje Mark Milley, chefe de Estado Maior das Forças Armadas norte-americanas.
Os talibãs tinham anunciado uma trégua parcial e uma diminuição da violência, o que permitiu a assinatura de um acordo histórico de paz com os Estados Unidos, no sábado passado, que colocara fim a duas décadas de conflito no Afeganistão.
Mas, hoje, um ataque não reivindicado, que matou pelo menos três civis e feriu 11 pessoas, levou os talibãs a anunciarem o fim da trégua parcial, que tinha sido iniciada no dia 22 de fevereiro.
"Não sabemos quem é responsável, neste momento", disse o general norte-americano, referindo-se ao ataque no leste do Afeganistão.
Mais otimista do que o Pentágono, contudo, o secretário de Defesa, Mark Esper, tinha dito que as expectativas dos Estados Unidos eram de que "a violência diminua", embora tenha admitido que "será uma estrada longa e sinuosa", referindo-se ao período de fim do conflito.
Na sequência do ataque de hoje, os talibãs explicaram que chegaria ao fim o período de redução de violência.
"As nossas operações voltarão ao normal", disse Zabihullah Mujahid, porta-voz dos insurgentes talibãs.
"Segundo o acordo (entre Os Estados Unidos e os talibã), os nossos soldados não atacarão forças estrangeiras, mas as nossas operações continuarão contra as forças do Governo de Cabul", disse Mujahid.
No domingo, o Presidente afegão, Ashraf Ghani, tinha anunciado que a extensão do período de trégua parcial seria até ao início das negociações inter-afegãs, programadas para 10 de março.
O general norte-americano Austin Scott Miller disse esperar que "os talibãs levem a sério as suas obrigações", recordando o compromisso de redução de violência, que permitiu a assinatura do acordo de paz no Afeganistão.
O acordo com os EUA contempla a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.
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