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Organizações africanas elogiam adiamento de eleições na Guiné-Conacri

As comissões da União Africana (UA) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental elogiaram a decisão do Presidente da Guiné-Conacri em adiar a data do referendo e das eleições legislativas, esperando agora um período "sereno e responsável".

Organizações africanas elogiam adiamento de eleições na Guiné-Conacri
Notícias ao Minuto

18:05 - 02/03/20 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

Num comunicado conjunto, as duas organizações regionais "elogiam e congratulam" a decisão das autoridades guineenses em adiar a realização dos sufrágios, previstos para o passado domingo, 1 de março.

A Comissão da UA e a Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) consideram que esta é uma "importante e corajosa decisão que reflete a preocupação com a calma e a transparência" neste processo eleitoral.

No documento refere-se que as organizações esperam que o período de adiamento "seja utilizado eficazmente para retomar um diálogo político sereno e responsável entre todos os atores políticos e sociais", de forma a que se estabeleça "um registo eleitoral fiável" e se criem as condições para a realização de "eleições credíveis, livres e transparentes".

"A Comissão da União Africana e a Comissão da CEDEAO expressam o seu firme apoio a qualquer iniciativa para que o Governo e as forças políticas e sociais da Guiné atuem o mais rapidamente possível para esse fim", acrescenta a nota.

Da mesma forma, as duas organizações apelam às partes envolvidas para que não recorram à violência e privilegiem o diálogo.

As comissões das organizações regionais asseguram que "continuam determinadas a apoiar a Guiné-Conacri no aprofundamento do seu processo democrático, uma garantia de paz e de desenvolvimento económico para o bem-estar do seu povo".

Na noite de sexta-feira, o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, anunciou o adiamento das eleições legislativas e de um referendo para uma nova Constituição, marcados para domingo, em data ainda não determinada.

O anúncio foi feito na televisão estatal, após a retirada de observadores eleitorais internacionais pela UA e pela CEDEAO devido à insegurança.

"É por responsabilidade nacional e sub-regional que aceitamos um ligeiro adiamento da data das eleições. Não é uma capitulação ou um recuo, mas lealdade com a Guiné-Conacri de ontem e de hoje", disse então Condé.

Além de escolherem os deputados para a próxima legislatura, os guineenses deviam votar no domingo um muito contestado referendo constitucional que poderia prolongar a liderança de Condé por mais 10 anos e aprofundar uma crise política que tem provocado protestos violentos nos últimos meses.

Estima-se que desde outubro estes protestos tenham já resultado na morte de mais de três dezenas de pessoas.

A oposição suspeita de que a adoção destas alterações à Constituição sirva de pretexto para que Condé reponha a zero o número de mandatos enquanto Presidente.

Alpha Condé, 81 anos, critica a atual lei fundamental do país, datada de 2010, considerando que se trata de uma "concentração de interesses corporativos" com "lacunas e incoerências".

As eleições legislativas - inicialmente previstas para janeiro do ano passado e também elas adiadas por várias vezes desde então - tinham sido boicotadas por partidos da oposição.

Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010, após vencer a segunda volta das presidenciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, tendo sido reeleito em outubro de 2015.

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