Atual situação na Guiné-Bissau "não dignifica processo democrático"

O candidato às eleições presidenciais da Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira considerou hoje que a situação que o país atravessa "não dignifica o processo democrático" e que o povo guineense não merecia mais esta crise política.

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Lusa
28/02/2020 22:30 ‧ 28/02/2020 por Lusa

Mundo

Domingos Simões Pereira

Em declarações à agência Lusa por telefone, o candidato e líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) reagia à mais recente crise política na Guiné-Bissau, com a tomada de posse simbólica do seu adversário nas eleições, Umaro Sissoco Embaló, como Presidente na quinta-feira e que hoje já demitiu o primeiro-ministro.

"Lamento tudo o que está a acontecer e espero que sejamos capazes de encontrar as soluções que se impõem" porque a atual situação "não dignifica o processo democrático" na Guiné-Bissau, disse.

autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, demitiu hoje Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeou Nuno Nabian para o substituir num decreto presidencial divulgado à imprensa.

Entretanto, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, tomou posse como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado.

Domingos Simões Pereira, que está em Lisboa, considerou que a tomada de posse de Cipriano Cassamá como Presidente interino mostrou que "os parlamentares guineenses dignificam o país e cumprem a Constituição".

"Saúdo os membros do parlamento reunidos hoje em plenária e que, com a maioria necessária, preencheram o vazio deixado após o abandono do cargo do Presidente cessante", José Mário Vaz.

O líder do PAIGC lamentou "os vários atropelos" que envolveram a tomada de posse de Embaló, que "apesar de simbólica, já o levou a emitir dois decretos".

Afirmando que, "como cidadão, como candidato presidencial e como presidente do maior partido político guineense" está "muito triste" com a situação, considerou que "a nação e o povo guineense não mereciam mais esta exposição".

Questionado pela Lusa sobre quando pretende regressar ao país, Simões Pereira referiu que pode fazê-lo "a qualquer momento", mas ressalvou que essa decisão está a ser concertada com as estruturas do seu partido "para ver se é mais útil em Bissau ou fora do país".

Depois de ter demitido Aristides Gomes, o autoproclamado Presidente nomeou Nuno Nabian para o cargo.

Nuno Nabian é o líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que fazia parte da coligação do Governo, mas que apoiou Sissoco Embaló na segunda volta das presidenciais.

Nabian, que indigitou simbolicamente Sissoco Embalo na primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular, foi hoje destituído do cargo, na mesma cerimónia de posse de Cipriano Cassamá como Presidente interino.

Face a esta situação e às movimentações militares que se seguiram, o Governo português recomendou aos seus cidadãos para restringirem "a circulação ao estritamente necessário".

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, reiterou a necessidade de evitar "qualquer confrontação e quaisquer atos de violência" na Guiné-Bissau, defendendo que "todas as questões podem ser resolvidas por meios pacíficos e muito poucas questões são resolvidas por meios violentos".

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