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Reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU convocada

O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de emergência, a pedido de sete Estados-membros, para discutir os mais recentes desenvolvimentos na Síria, segundo informaram fontes diplomáticas.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU convocada
Notícias ao Minuto

16:02 - 28/02/20 por Lusa

Mundo Síria

O início da reunião está previsto para as 16:00 em Nova Iorque (21:00 em Lisboa), precisou o presidente em exercício do Conselho de Segurança, o embaixador belga Marc Pecsteen de Buytswerve.

A reunião foi pedida por três Estados-membros permanentes daquele órgão e com direito de veto (Estados Unidos, França e Reino Unido) e por outros quatro Estados-membros não permanentes (Alemanha, Bélgica, Estónia e Republicana Dominicana), de acordo com o representante diplomático.

A convocação desta reunião de emergência do órgão máximo das Nações Unidas (por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo) acontece horas depois do Conselho do Atlântico Norte, o mais alto órgão de tomada de decisão da NATO, ter-se também reunido de urgência a pedido da Turquia, devido à situação na Síria.

A Turquia invocou o Artigo 4.º do Tratado de Washington, segundo o qual qualquer aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) pode solicitar consultas quando acreditar que a sua integridade territorial, independência política ou segurança estão ameaçadas.

O pedido de consultas da Turquia com a NATO ocorreu depois de pelo menos 33 soldados turcos terem morrido em combates com unidades do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, que contam com o apoio militar da Rússia.

Em resposta, o exército turco iniciou bombardeamentos aéreos e terrestres contra posições sírias na zona norte do território sírio na noite de quinta-feira.

Após a reunião, os membros da NATO expressaram "total solidariedade" com a Turquia e exortaram o regime sírio e a Rússia a pararem os "ataques indiscriminados" em Idlib (noroeste da Síria).

"Os Aliados ofereceram as mais profundas condolências pela morte de soldados turcos nos bombardeamentos de ontem (quinta-feira) à noite em Idlib e expressaram a sua total solidariedade com a Turquia. Os Aliados condenam os contínuos ataques aéreos indiscriminados levados a cabo pelo regime sírio e pela Rússia na província de Idlib. Exorto-os a parar a sua ofensiva, a respeitar a lei internacional e a apoiar os esforços da ONU para uma solução pacífica", declarou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

A agência France Presse (AFP) avançou hoje que nove dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança fizeram na quarta-feira um pedido ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que este fizesse mais para conseguir um cessar-fogo na província de Idlib.

Durante uma reunião, segundo indicaram fontes diplomáticas à AFP, a Alemanha, apoiada por outros países, sugeriu a Guterres que fosse a Idlib, de forma a pressionar o fim das hostilidades e a conseguir uma abertura para o acesso da ajuda humanitária internacional.

O secretário-geral da ONU recusou tal proposta, acrescentaram as mesmas fontes, com o representante a argumentar que uma visita poderia ser "contraproducente", nomeadamente no que diz respeito às relações com a Rússia, um país chave no conflito sírio que já dura há quase uma década.

Moscovo, aliado tradicional da Síria, apoia desde o final de 2019 a ofensiva que Damasco lançou para recuperar a província de Idlib, considerada como o último grande reduto da resistência contra o Presidente sírio e um território detido em parte pelo Organismo de Libertação do Levante, uma aliança que integra o grupo 'jihadistaHayat Tahrir al-Sham (HTS, grupo controlado pelo ex-braço sírio da Al-Qaida), e por grupos rebeldes, alguns dos quais apoiados pela Turquia.

As mesmas fontes afirmaram à AFP, e como forma de explicar a recusa de António Guterres em ir à Síria, que o secretário-geral da ONU é adepto de uma diplomacia discreta e é contra uma "política espetáculo".

Desde o início do conflito sírio em 2011, o Conselho de Segurança da ONU tem revelado, em diversas ocasiões, uma incapacidade de conseguir transpor interesses geopolíticos inerentes a esta situação.

A Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, usou o seu poder de veto 14 vezes para opor-se à adoção de textos destinados a travar as ofensivas militares na Síria ou a limitar as intervenções humanitárias sem a aprovação de Damasco.

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