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Bulgária reforça segurança na fronteira com Turquia após aviso de Ancara

A Bulgária reforçou hoje o patrulhamento nas fronteiras terrestre e marítima com a Turquia, com Sófia a mencionar um "perigo real" de uma nova pressão migratória, após Ancara ter afirmado que deixará de impedir que refugiados cheguem à Europa.

Bulgária reforça segurança na fronteira com Turquia após aviso de Ancara
Notícias ao Minuto

15:17 - 28/02/20 por Lusa

Mundo Tensão

Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro búlgaro, Boïko Borissov, expressou-se particularmente preocupado "pela retirada da guarda fronteiriça turca", indicando estar a aguardar uma conversa telefónica com o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

"Com aquilo que está a acontecer, o perigo é real neste momento: as pessoas estão a fugir de mísseis", afirmou o chefe do executivo búlgaro, precisando que as unidades de patrulhamento fronteiriço, compostas por elementos da polícia militarizada búlgara, foram reforçadas "no início da manhã de hoje".

A Turquia acolhe atualmente no seu território cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios, pessoas que fugiram de uma guerra que dura há quase uma década, e teme uma nova vaga perante os recentes desenvolvimentos no conflito sírio, em especial na região noroeste.

Um alto responsável turco, citado hoje pelas agências internacionais, assegurou que a Turquia deixará de impedir os migrantes que tentam alcançar a Europa através das fronteiras do país, após a morte de pelo menos 33 militares turcos na região de Idlib (noroeste da Síria) em ataques aéreos atribuídos por Ancara ao regime sírio, militarmente apoiado pela Rússia.

A Bulgária partilha uma fronteira terrestre, com controlos fronteiriços, com a Turquia ao longo de uma linha de 259 quilómetros.

A Bulgária é membro da União Europeia, mas não integra o espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação).

No seguimento das declarações turcas, também a Grécia, país que tem enfrentado grandes fluxos migratórios, tomou medidas e anunciou, hoje de manhã, um reforço do patrulhamento das zonas fronteiriças, em terra e no mar.

Poucas horas depois deste anúncio, as agências internacionais avançaram que a Grécia tinha fechado o posto fronteiriço de Kastanies, no norte do país, de forma a impedir a circulação de pessoas e de automóveis de e para a Turquia.

O posto fronteiriço foi encerrado depois de vários grupos de migrantes sírios, concentrados no lado turco, terem feito pelo menos duas tentativas para atravessar a fronteira e forçar a entrada na Grécia.

Kastanies, perto da cidade turca de Edirne, é um dos poucos postos terrestres fronteiriços entre a Turquia e a Grécia.

É uma zona muito utilizada por migrantes que querem tentar entrar na Grécia, uma vez que fica localizada junto a uma fronteira natural formada pelo rio Evros.

Segundo a agência espanhola EFE, o primeiro-ministro grego, o conservador Kyriakos Mitsotakis, informou hoje a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a situação e as diligências assumidas pelo executivo helénico para travar uma entrada em massa de migrantes e refugiados, bem como tem estado em permanente contacto com a NATO e com a UE.

Em março de 2016, a UE e Ancara firmaram um acordo migratório, que incluiu uma ajuda financeira às autoridades turcas, que previa o reenvio para a Turquia de migrantes irregulares que chegassem às ilhas gregas do Mar Egeu, como é o caso de Lesbos ou Samos.

O protocolo conseguiu reduzir significativamente as chegadas à Europa através da rota do Mediterrâneo Oriental, entre as costas turcas e a Grécia, após uma vaga migratória que chegou a atingir um milhão de pessoas em 2015 e no início de 2016.

No passado, e por várias ocasiões, a Turquia ameaçou "abrir as portas" da Europa aos requerentes de asilo acolhidos no território turco, posição encarada como uma maneira de pressionar o bloco comunitário.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia pediu hoje à Turquia que cumpra os seus compromissos para acolhimento de migrantes, nomeadamente no âmbito da cooperação com a UE, e anunciou que irá estudar os fluxos migratórios para considerar eventuais medidas.

"Esperemos que a Turquia cumpra os seus compromissos e que as autoridades turcas confirmem que não houve qualquer mudança nas suas políticas e na sua posição oficial", instou hoje o porta-voz da diplomacia europeia, Peter Stano.

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