Israel anuncia 1.800 novos alojamentos nos colonatos da Cisjordânia
Israel aprovou hoje a construção de cerca de 1.800 novos alojamentos nos colonatos na Cisjordânia, território palestiniano ocupado, a menos de uma semana das eleições legislativas, cruciais para o futuro político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
© Reuters
Mundo Israel
"O conselho de planificação superior da administração civil da Judeia-Samaria [a designação da Cisjordânia segundo o Governo israelita] deu o seu acordo para a construção de cerca de 1.800 unidades de habitações", anunciou em comunicado o Ministério da Defesa.
Na prática, as autoridades israelitas autorizaram a construção de 1.776 unidades, incluindo 620 no colonato de Eli, e de 534 em Shilo/Shvut Rachel, na Cisjordânia, precisou o ministério.
"Aprovámos hoje numerosas unidades de alojamento nas implantações e continuaremos a fazê-lo no futuro", assegurou o ministro da Defesa, Naftali Bennett, chefe da lista "Yamina" (extrema-direita) às eleições previstas para segunda-feira.
"Não esperamos, agimos. Não daremos um centímetro da terra de Israel aos árabes, mas para tal é necessário construir [habitações]", esclareceu Bennett, membro do governo provisório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tenta seduzir o eleitorado de direita e pró-colonatos.
"Esta decisão reforça a presença israelita na Judeia-Samaria e congratulamo-nos (...). Na segunda-feira, iremos votar e esperamos que o governo a ser eleito continue a desenvolver as implantações como é o caso de hoje", felicitou-se ainda David Elhayani, presidente do Conselho da Yesha, a principal organização que representa os colonos instalados na Cisjordânia.
Em resposta, a ONG israelita "A paz agora", que segue de perto esta problemática questão, denunciou a nova medida. "Na batalha pelo voto de direita dos colonos, Bennett e Netanyahu forçam Israel a investir em milhares de alojamentos inúteis e prejudiciais nos colonatos", indicou em comunicado.
Hoje, mais de 600 mil colonos habitam nas regiões da Cisjordânia ocupada e ainda em Jerusalém leste, o setor palestiniano da cidade também ocupado e anexado por Israel.
A colonização destes territórios, ilegal face ao direito internacional, acelerou-se nos últimos anos sob o impulso de Netanyahu e do seu aliado em Washington, o Presidente Donald Trump.
Em janeiro, Trump apresentou um projeto de resolução do conflito israelo-palestiniano que prevê tornar Jerusalém na capital "indivisível" do Estado judaico, para além da anexação do Vale do Jordão e de mais de 130 colonatos israelitas na Cisjordânia.
Há uma semana, e quando se aproximava a reta final da campanha eleitoral, Netanyahu tinha já anunciado a construção de milhares de habitações para colonos em Jerusalém leste. E na terça-feira prometeu erguer 3.500 novos alojamentos para colonos na Cisjordânia, ocupada por Israel há mais de 50 anos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com