Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 26º

Direita espanhola tece fortes críticas à "mesa de diálogo" entre governos

Os partidos de direita na oposição em Espanha criticaram hoje o encontro institucional de quarta-feira entre o Governo espanhol e o executivo independentista da comunidade autónoma da Catalunha que iniciou as negociações sobre o futuro daquela região.

Direita espanhola tece fortes críticas à "mesa de diálogo" entre governos
Notícias ao Minuto

13:57 - 27/02/20 por Lusa

Mundo Catalunha

O líder do Partido Popular, Pablo Casado, exigiu a comparência urgente do primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, no parlamento para "prestar contas" sobre a "mesa de diálogo" com a Generalitat (governo catalão), que considera ser "uma fraude política e uma mentira jurídica" com a qual foi quebrado o "consenso constitucional" sobre a unidade de Espanha.

Casado fez uma declaração institucional sem perguntas, depois da sessão plenária em que foi aprovado o teto de gastos no âmbito da elaboração do Orçamento para 2020, e acusou Sánchez de estar disposto a aceitar qualquer pedido dos independentistas em troca de "ventilação mecânica" para permanecer no poder.

O Governo espanhol e o da comunidade autónoma da Catalunha, maioritariamente independentista, tiveram na quarta-feira em Madrid a primeira reunião da chamada "mesa de diálogo" para resolver o conflito entre as duas partes.

Nesse primeiro encontro, a delegação do Governo espanhol, liderada pelo primeiro-ministro do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e a do executivo catalão, chefiada pelo presidente da região, Quim Torra, decidiram que as duas partes se iriam passar a reunir mensalmente, alternadamente em Madrid e em Barcelona.

O segundo maior partido da oposição espanhola e o terceiro maior em número de deputados, o Vox de extrema-direita, através do seu secretário-geral, Javier Ortega Smith, também denunciou hoje o diálogo iniciado sobre a Catalunha, considerando-o "uma rendição, uma traição e uma covardia".

Ortega Smith sublinhou que a fotografia do Governo espanhol sentado com os líderes golpistas é a última coisa que faltava ver na democracia espanhola.

O deputado de extrema-direita alertou que a "mesa da infâmia" juntou "o Governo ilegítimo, da mentiras e dos enganos aos seus eleitores", de Pedro Sánchez, e "o Governo ilegal", de Quim Torra, um "xenófobo" e um "delinquente".

Por seu lado, o deputado do Cidadãos (direita liberal), Edmundo Bal, também criticou o encontro e sublinhou, em declarações feitas na quarta-feira, que o seu partido estará "vigilante" para que na "mesa de diálogo" entre os Governos "o dinheiro dos contribuintes não seja desperdiçado".

"Queremos resolver este conflito", assegurou Quim Torra no final do encontro com Sánchez, que não teve avanços para resolver o conflito entre as duas partes, mas que serviu para planear os próximos passos a dar.

Do mesmo partido de Torra, o Juntos pela Catalunha (JxCat, independentista), a dirigente Elsa Artadi considerou hoje que se abriu uma "fresta" com esta primeira reunião, apesar de alertar para a necessidade de ser "prudentes", porque a "distância" em termos do diagnóstico do conflito e das possíveis soluções persiste.

O outro grande partido independentista, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), absteve-se hoje em Madrid na votação no parlamento que permitiu a aprovação do teto de gastos e a continuação das negociações do Orçamento espanhol para 2020.

Com a realização da primeira reunião entre as duas partes, Pedro Sánchez cumpriu o compromisso negociado nos primeiros dias do corrente ano exatamente com a ERC, sobre a criação da "mesa de diálogo", um acordo essencial para que este partido se tivesse abstido em meados de janeiro e permitisse a investidura do primeiro-ministro socialista.

A comunidade autónoma da Catalunha tem um forte movimento separatista, tendo os partidos independentistas assumido a direção do Governo regional desde 2015 em eleições sucessivas.

Os políticos catalães que organizaram em 2017 um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram julgados no ano passado e estão a cumprir penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, por crimes de sedição e/ou má gestão de fundos públicos.

Um grupo de independentistas está fugido no estrangeiro não tendo ainda sido julgado, entre eles o ex-Presidente do executivo regional catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório