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Justiça retoma julgamento do ex-primeiro-ministro francês François Fillon

A justiça francesa retomou hoje, em Paris, o julgamento do ex-primeiro-ministro da França François Fillon e a sua mulher, Penelope Fillon, por alegadas contratações fictícias, depois de ter sido suspenso na segunda-feira.

Justiça retoma julgamento do ex-primeiro-ministro francês François Fillon
Notícias ao Minuto

17:46 - 26/02/20 por Lusa

Mundo François Fillon

Fillon, que chegou a ser candidato presidencial em 2017, foi alvo de acusações de que tinha pagado à sua mulher e a dois dos seus três filhos mais de um milhão de euros, durante vários anos, por cargos como assistentes de deputados, que não deveriam sequer ser remunerados.

No banco dos réus está também Marc Joulaud, deputado que substituiu Fillon no parlamento quando este se tornou ministro dos Assuntos Sociais de Jacques Chirac, e que contratou Penélope Fillon em maio de 2002.

A justiça francesa aceitou o pedido da defesa de adiar para hoje o processo em solidariedade com a atual greve dos advogados pelo projeto de reforma das pensões.

O casal Fillon e Marc Joulaud enfrentam penas de dez anos de prisão e pesadas multas.

A audiência começou com o exame de questões levantadas pela defesa, relativas a prazos de prescrição e à qualificação do delito de desvio de fundos públicos.

A acusação considera que as suspeitas de empregos fictícios são infrações "ocultas" e que os crimes são conhecidos apenas desde a sua divulgação na imprensa em 25 de janeiro de 2017, de modo que, não seriam prescritos.

O advogado de Penelope Fillon, Pierre Cornut-Gentille, considera que os factos são prescritos, insistindo que os processos relativos ao emprego da sua cliente estendem-se entre 1998, "há mais de vinte anos", e 2013.

Sobre os contornos do delito de desvio de fundos públicos por um deputado, o advogado de François Fillon, Antonin Lévy, pretende contestar a sua interpretação pela jurisprudência do Tribunal de Cassação.

Em janeiro de 2017, o semanário Le Canard Enchaîne revelou que Penélope e dois dos seus filhos, que não serão sujeitos a julgamento, tinham sido contratados com fundos públicos como assistentes de deputados sem que tivessem alguma vez exercido as funções.

Fillon, que foi chefe do Governo de Nicolas Sarkozy entre 2007 e 2012, era o candidato favorito nas presidenciais francesas em maio de 2017 até à publicação destas informações.

Ainda assim, manteve a sua candidatura, mas acabou por ser eliminado à primeira volta, tendo o atual Presidente, Emmanuel Macron, vencido na segunda volta a candidata da extrema-direita Marine Le Pen.

A investigação decorreu entre fevereiro de 2017 e outubro de 2018, tendo o caso levado a que, em agosto de 2017, o parlamento francês tenha proibido os deputados de contratarem familiares como assistentes, medida que faz parte da lei de "moralização da vida pública".

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