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UE/Orçamento: Há sempre milagres em Bruxelas, mas estamos longe de acordo

O primeiro-ministro da Hungria, um dos países amigos da coesão, como Portugal, disse hoje que "há sempre milagres em Bruxelas", mas considerou que os líderes da União Europeia (UE) ainda estão longe de acordo relativamente ao orçamento plurianual.

UE/Orçamento: Há sempre milagres em Bruxelas, mas estamos longe de acordo
Notícias ao Minuto

16:23 - 21/02/20 por Lusa

Mundo Viktor Orban

"Há sempre milagres, especialmente em Bruxelas, mas estamos ainda muito longe de uma possibilidade realista de chegar a acordo", declarou Viktor Orbán, falando à imprensa à margem da cimeira extraordinária sobre o orçamento da UE para 2021-2027, em Bruxelas.

Naquela que foi uma das poucas declarações oficiais à imprensa, numa cimeira ainda dominada pela incerteza, Viktor Orbán apontou que a proposta em cima da mesa, apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tanto é rejeitada pelo grupo "dos ricos da UE" como pelos amigos da coesão, no qual se insere Portugal.

"Esta manhã, os amigos da coesão (...) encontraram-se e fizeram uma contraproposta, dizendo que o 1% [que os quatro países frugais querem] não é aceitável e, se quisermos ter uma Europa ambiciosa, baseada num orçamento ambicioso, a contribuição tem de ser pelo menos 1,3% ou perto disso porque esse foi o número proposto pelo Parlamento", acrescentou o chefe de governo húngaro.

Viktor Orbán adiantou que "a distância entre 1% e 1,3% é muito grande", pelo que não antecipou "uma ponte entre ambas numa negociação esta tarde".

O grupo de Visegrado, composto pela Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia, esteve inclusive reunido há pouco com o primeiro-ministro português, António Costa, informaram fontes diplomáticas.

Além deste encontro bilateral, António Costa teve um almoço informal, "de tabuleiro", com a chanceler alemã, Angela Merkel, o líder francês, Emmanuel Macron, o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, e os primeiros-ministros de Itália, Giuseppe Conte, do Luxemburgo, Xavier Bettel, e da Bélgica, Sophie Wilmès, adiantaram as mesmas fontes.

Os líderes da UE deveriam ter voltado à mesa de negociações pelas 16h00 (15h00 em Lisboa), mas como as reuniões bilaterais ainda decorrem, o início desses trabalhos está a ser constantemente adiado, apontando-se agora para as 17h00 (16h00 em Lisboa).

Até ao momento, e desde o início da cimeira extraordinária, há cerca de 24 horas, os 27 só estiveram sentados à mesma mesa sensivelmente quatro horas.

Iniciado na quinta-feira às 16:30 (menos uma hora em Lisboa), o Conselho Europeu extraordinário foi interrompido cerca de quatro horas depois, após todos os líderes à volta da mesa se pronunciarem sobre a proposta apresentada pelo presidente do Conselho, Charles Michel, que iniciou então uma longa ronda de reuniões bilaterais com os 27 líderes, que se prolongou até às 7h00 locais de hoje.

Após uma breve pausa para descanso, estes encontros prosseguem então em diversas salas na sede do Conselho.

Os chefes de Estado e de Governo desconhecem para já as intenções de Charles Michel sobre como prosseguir as negociações, que, de acordo com vários responsáveis, não conheceram qualquer evolução desde o arranque do Conselho e parecem estar num impasse.

De um lado, encontram-se os contribuintes líquidos, designadamente um 'quarteto' formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia - classificados de "forretas" por António Costa durante um debate na passada terça-feira na Assembleia da República -, que consideram excessivo um orçamento global equivalente a 1,047% do Rendimento Nacional Bruto (RNB), tal como consta da proposta do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e querem que sejam privilegiadas "políticas modernas", em detrimento da coesão e agricultura.

E do outro estão os 'Amigos da Coesão' - Bulgária, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia e também Itália -, que continuam a opor-se firmemente a um orçamento que sacrifique a coesão e a Política Agrícola Comum.

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