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Bloco conservador e ultraconservador vai reforçar poder num Irão em crise

Os iranianos votam sexta-feira para renovar o mandato de quatro anos do Majlis (Parlamento), mas o resultado é já previsível: o conjunto de deputados conservadores e ultraconservadores vai, certamente, aumentar significativamente a representação nos 290 lugares em disputa.

Bloco conservador e ultraconservador vai reforçar poder num Irão em crise
Notícias ao Minuto

08:40 - 19/02/20 por Lusa

Mundo Irão

As candidaturas de mais de 7.200 candidatos, maioritariamente dos blocos reformista e moderado, não passaram pelo crivo do Conselho Guardião e as críticas vieram de cima, pela boca do Presidente Hassam Rohani, um conservador moderado.

Hassan Rohani admitiu, no mês passado, que o processo de escolha eleitoral estava muito condicionado.

Horas depois de Rohani ter feito a denúncia, Ibrahim Raisi, líder do comité judiciário, ameaçou o Presidente, dizendo que "quem questionar o atual sistema eleitoral (...) estará do lado do inimigo".

Mais recentemente, no passado domingo, dia 16, em conferência de imprensa, Rohani excluiu qualquer hipótese de se demitir, apesar das dificuldades.

Em causa está o chumbo de 7.200 candidatos, pelo Conselho Guardião, um órgão composto por 12 membros, dos quais seis são escolhidos pelo Guia Supremo, Ali Khamenei, sendo os restantes afetos ao comité judiciário que, por sua vez, também é selecionado pelo Guia Supremo.

Além do reforço dos blocos conservador e ultraconservador, outra antecipação que é possível fazer é a de que a abstenção deverá aumentar de forma significativa.

Estão inscritos 57 milhões de eleitores, mas o desapontamento é grande e multiplicam-se as vozes que consideram um constrangimento antidemocrático limitador da diversidade política a intervenção de Ali Khamenei na esfera política iraniana.

A República Islâmica mergulhou numa forte recessão económica após a retirada, em 2018, dos EUA do acordo internacional sobre o nuclear iraniano, concluído em 2015 -- impulsionado por Rohani -- entre Teerão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU [Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido] e a Alemanha.

Na sequência da saída do acordo, Washington -- que acusa Teerão de procurar dotar-se de armas nucleares, o que o Irão desmente repetidamente -- restabeleceu sanções económicas, que tem vindo a reforçar, e que tinha suspendido devido ao acordo de 2015.

Fortemente criticado no plano interno pelo impasse da sua política de abertura ao Ocidente, Hassan Rohani apelou, em várias ocasiões nos últimos dias através da imprensa, aos iranianos para irem votar apesar da desqualificação de milhares de candidatos reformistas e moderados.

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