Líbia anuncia suspensão de conversações para cessar-fogo
O Governo de Acordo Nacional da Líbia anunciou na terça-feira à noite a suspensão das conversações indiretas, sob mediação da Organização das Nações Unidas (ONU), para tentar salvar o cessar-fogo no país, devido a violações repetidas das tréguas.
© Reuters
Mundo Líbia
"Anunciamos a suspensão da nossa participação nas negociações militares que estão a decorrer em Genebra [na Suíça] até que sejam adotadas posições firmes contra o agressor [o marechal Khalifa Haftar] e as suas violações" das tréguas, afirmou o Governo de Acordo Nacional líbio em comunicado, citado pela agência France-Presse.
As fações militares rivais envolvidas no conflito na Líbia retomaram na terça-feira as conversações indiretas com o objetivo de salvar o cessar-fogo, sucessivamente violado nas últimas semanas.
O início desta segunda ronda de diálogo coincidiu com um ataque com mísseis que visou na terça-feira um porto na capital líbia, Tripoli.
O ataque contra o porto al-Chaab não foi reivindicado, mas está a ser descrito como o primeiro deste género desde que as forças leais a Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio, avançaram em abril de 2019 contra Tripoli, a sede do Governo de Acordo Nacional líbio estabelecido em 2015 e reconhecido pela ONU.
O atual cessar-fogo foi mediado pela Rússia e pela Turquia no passado 12 de janeiro, mas as duas fações envolvidas no conflito líbio têm repetidamente violado a trégua.
Segundo relatou o chefe da missão da ONU, cinco representantes militares de cada uma das fações líbias mantiveram na terça-feira conversações indiretas em Genebra, mais de uma semana depois do encerramento de uma primeira ronda inconclusiva.
Estavam previstas novas conversações políticas para 26 de fevereiro, em Genebra.
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
A situação tornou-se ainda mais crítica desde o início da ofensiva militar das forças do marechal Khalifa Haftar, com a morte de mais de 280 civis e cerca de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Perto de 150.000 líbios foram deslocados.
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