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Alta comissária da ONU pede "corredores humanitários" na Síria

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou hoje o seu "horror" face à violência no noroeste sírio, nomeadamente na província de Idlib, e pediu a criação de "corredores humanitários".

Alta comissária da ONU pede "corredores humanitários" na Síria
Notícias ao Minuto

12:01 - 18/02/20 por Lusa

Mundo Síria

Num comunicado, Bachelet apela ao governo sírio e aos seus aliados, que intensificaram em dezembro uma ofensiva ao último grande bastião dos 'jihadistas' e rebeldes, para "autorizarem os corredores humanitários" e facilitarem a "passagem dos civis em segurança".

"Nenhum abrigo é seguro. E como a ofensiva do governo continua e as pessoas são forçadas a ficar em zonas cada vez mais pequenas, temo que outras pessoas sejam mortas", indicou Bachelet.

Os bombardeamentos diários do regime de Bashar al-Assad e do seu aliado russo já obrigaram cerca de 900.000 pessoas, na grande maioria mulheres e crianças, a abandonarem as suas casas na região de Idlib e arredores desde 01 de dezembro, afirmou a ONU na segunda-feira, insistindo num cessar-fogo.

Este êxodo em apenas um pouco mais de dois meses não tem precedentes desde o início da guerra da Síria, que causou milhões de deslocados e refugiados e matou mais de 380.000 pessoas desde 2011.

Os deslocados "são forçados a dormir na rua com temperaturas glaciais porque os campos (de deslocados) estão cheios", lamentou o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, num comunicado.

"A violência no noroeste da Síria é cega", disse, assinalando que foram atacados "estabelecimentos de saúde, escolas, zonas residenciais, mesquitas e mercados".

Mas o regime não parece disposto a suspender a ofensiva, após as suas forças, ajudadas pela Rússia, Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah, terem recuperado e controlarem mais de 70% do território.

"A batalha pela libertação das províncias de Alepo e Idlib continua", advertiu Assad na segunda-feira.

O Hayat Tahrir al-Cham (HTS, ex-ramo sírio da Al-Qaida) domina mais de metade da província de Idlib e setores adjacentes das de Alepo, Hama e Latákia, que abrigam ainda outros grupúsculos 'jihadistas' e fações rebeldes.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 380 civis foram mortos desde meados de dezembro na região.

O Alto Comissariado dos Direitos Humanos registou a morte de 298 civis em Idlib e Alepo desde 1 de janeiro, 93% das quais foram causadas pelo regime, bem como 10 instalações médicas e 19 escolas atingidas ou afetadas por ataques.

Bachelet declarou-se "alarmada com o fracasso da diplomacia" face à crise na Síria, considerando que se "deve colocar a proteção dos civis antes de qualquer vitória política ou militar".

"Condeno nos termos mais fortes a contínua impunidade pelas violações do direito internacional humanitário cometidas pelas diferentes partes no conflito", disse.

As forças governamentais concentram atualmente as suas operações no oeste da província de Alepo, indicou o OSDH, dando conta de ataques aéreos russos hoje no oeste de Alepo e em setores de Idlib.

Os pró-regime tentam avançar "em direção à montanha Cheikh Barakat", que domina vastas regiões no oeste de Alepo e o norte de Idlib, perto da fronteira turca, indicou o diretor do observatório, Rami Abdel Rahmane.

Se o regime recuperar Cheikh Barakat, aquelas regiões "poderão ficar ao alcance da artilharia do regime", adiantou. Trata-se de uma zona com "campos de deslocados que acolhem dezenas de milhares de pessoas".

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