'Irmão" da CDU avisa que candidato a chanceler tem de ser "consensual"
O líder da União Social-Cristã (CSU), o partido bávaro "irmão" da União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel, advertiu hoje que qualquer candidato a chanceler tem de reunir o consenso das duas formações.
© Reuters
Mundo Alemanha
A corrida à sucessão de Angela Merkel na chefia do governo na Alemanha reabriu com o anúncio, na semana passada, da líder da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, de que se demitia da liderança e que não seria candidata a chanceler nas eleições federais previstas para outubro de 2021.
"O candidato ou candidata só pode ser acordado por consenso entre a União. Se não, para nós, não funciona", disse Markus Söder à entrada para uma reunião da direção da CSU em que vai ser abordada a situação na CDU.
Kramp-Karrebauer, conhecida na Alemanha como AKK, prevê ouvir os potenciais candidatos à liderança para depois definir a candidatura à chancelaria, a qual seria submetida a ratificação pelo congresso da CDU previsto para dezembro.
Para Markus Söder, essa via não é correta, porque uma candidatura depende do consenso entre os dois partidos e porque o futuro candidato também pode sair das fileiras da CSU.
A última vez que houve um candidato a chanceler da CSU foi em 2002, com Edmund Stoiber, que concorreu contra o chanceler social-democrata Gerhard Schröeder e foi derrotado.
Segundo a imprensa alemã, Markus Söder tem a aspiração de ser candidato à chancelaria, mas o próprio não falou publicamente sobre o assunto desde a renúncia de AKK.
A líder cessante da CDU deverá manter esta semana contactos com pelo menos três figuras do partido que, não o tendo assumido publicamente, são potenciais candidatos.
O primeiro, na terça-feira, será com Friedrich Merz, rival histórico de Angela Merkel e representante da ala mais à direita do partido, que disputou a liderança em 2018 perdendo por uma margem mínima para AKK, da linha mais moderada seguida pela chanceler.
AKK deverá reunir-se depois com Jens Spahn, ministro da Saúde, que também disputou a liderança em 2018, mas foi eliminado na primeira volta, e com Armin Laschet, chefe do governo regional da Renânia do Norte-Vestefália, partidário da linha mais moderada.
O processo de designação do candidato a líder do partido deve ficar definido numa reunião da direção da CDU prevista para a próxima segunda-feira, 24 de fevereiro, sendo provável que o plano de AKK seja rejeitado.
A CDU e a CSU mantêm há décadas uma união que prevê a escolha por consenso do candidato a chanceler e a não concorrência nas urnas.
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