Líbia. UE assume "situação difícil" mas divide-se sobre embargo de armas
A União Europeia (UE) reconheceu hoje a "situação muito difícil" na Líbia, dadas as recentes violações das tréguas e do acordo alcançado na cimeira de paz de Berlim, mas ainda está dividida relativamente ao embargo de armas.
© Reuters
Mundo Líbia
"Acabamos de receber uma carta do senhor [Ghassan] Salamé, o representante especial das Nações Unidas na Líbia, que dá conta de que o cessar-fogo ainda não existe, que as tréguas estão a ser violadas, assim como o embargo de armas, e que a luta continua", declarou hoje o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, em Bruxelas.
Em declarações aos jornalistas à entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, onde a situação da Líbia será discutida, o chefe da diplomacia europeia notou que "a situação no terreno é muito difícil".
Questionado sobre uma eventual ação da UE para defender o embargo de armas, Josep Borrell indicou que "hoje cada Estado-membro vai explicar a sua posição".
"Alguns acreditam que isso criará um efeito de incitação, apesar de, a meu entender, a Operação Sophia não ter tido esse efeito no passado. Pela análise dos dados, não estou convencido [de que essa ação criará um efeito de incitação], mas alguns acreditam nisso", apontou.
Além disso, segundo Josep Borrell, também pesa a "situação política, interna e externa".
"Vamos ver, temos de debater a situação e ver se hoje conseguimos unanimidade ou se continuamos a trabalhar no próximo Conselho", adiantou.
A missão naval Operação Sophia foi lançada em 2015, em plena crise migratória, visando dissuadir o tráfico de imigrantes e impor um embargo de armas à Líbia.
Entretanto, a UE tem vindo a discutir a possibilidade de usar navios da Marinha para fazer cumprir o embargo de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Líbia.
Uma cimeira internacional sobre a Líbia foi realizada em janeiro, em Berlim, para delinear uma estratégia para acabar com o conflito civil líbio.
Na conferência de paz de Berlim (organizada pela Alemanha e a ONU), os participantes tinham acordado respeitar o embargo de armas, suspender o apoio militar externo às partes em guerra e pressioná-las a alcançar um cessar-fogo completo.
O Governo de Acordo Nacional e o Exército Nacional Líbio acordaram uma trégua impulsionada pelos respetivos aliados, Turquia e Rússia.
O cessar-fogo seria, no entanto, violado poucos dias depois e a ONU também tem denunciado reiteradas violações do embargo às armas.
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
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