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Desafios europeus no encerramento da Conferência de Segurança de Munique

A Conferência de Segurança de Munique encerrou hoje com dois debates sobre os desafios estratégicos para a União Europeia (UE) e para a Europa, no momento que se pede maior presença europeia na prevenção e gestão de crises internacionais.

Desafios europeus no encerramento da Conferência de Segurança de Munique
Notícias ao Minuto

15:16 - 16/02/20 por Lusa

Mundo União Europeia

O alto representante da UE para a Política Externa, o espanhol Josep Borrell, lembrou em seu discurso o anúncio da presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula Von der Leyen, de que a Comissão será "geopolítica".

"A Europa tem que aprender a falar a linguagem do poder", afirmou ainda Borrel na conferência anual de segurança que se realiza em Munique.

"Precisamos de um consenso estratégico que não temos. Temos que trabalhar mais unidos, ter um entendimento comum das ameaças. Isso não é fácil fazer em algumas semanas ou em cinco anos, porque cada país membro tem a sua própria história", disse Borrell em sua intervenção.

A ideia de Ursula Von der Leyen de que a atual Comissão será uma "comissão geopolítica" já havia sido abordada na mesma reunião pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Luigi di Maio.

Borrell insistiu várias vezes durante o debate que o processo de decisão na UE deve ser acelerado e o princípio de que as decisões devem ser tomadas por unanimidade deve ser abandonado ou ser mais flexível.

"Considere o caso hipotético de um país membro da UE propor uma missão naval para vigiar o embargo de armas à Líbia. Todos concordam, mas um país que não tem frota o rejeita e, em seguida, não pode ser feito, é absurdo", disse Borrel.

Além disso, de acordo com Borrell, a UE deve desempenhar um papel mais ativo nas crises internacionais e deu como exemplo a questão do Médio Oriente, onde, segundo o alto representante da UE, "não basta criticar um plano de paz proposto, é preciso apresentar um melhor".

"A Europa precisa ser capaz de agir, isso implica poder militar, sim, mas também existem outros campos em que podemos agir", afirmou Borrel.

"Toda a vez que fechamos um acordo comercial, temos que colocar sobre a mesa também a questão do clima e dos direitos humanos. Não podemos apenas reclamar das violações dos direitos humanos", acrescentou o responsável espanhol.

Di Maio, que abriu o painel, disse que o objetivo deve ser "uma Europa mais forte e capaz de reagir ao que está a acontecer fora da Europa", sem perder de vista os valores europeus.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, expressou-se de maneira otimista sobre uma cultura estratégica europeia que se está a desenvolver gradualmente.

Le Drian recordou uma reunião de ministros da UE em 2016 em Bratislava, quando o próprio, juntamente com Ursula von der Leyen - então ministra da Defesa alemã -, propuseram a criação de uma cooperação militar estruturada na Europa.

"As reações foram como se tivéssemos insultado alguém", disse o ministro francês.

No entanto, agora, segundo Le Drian, os europeus não estão tão relutantes com a ideia e estão cada vez mais abertos a iniciativas comuns para enfrentar ou prevenir crises nas fronteiras da Europa.

No debate, ficou claro, por outro lado, diferentes abordagens em relação à Rússia.

Enquanto no leste da Europa, representada no debate pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Jaceck Czaputowicz, a Rússia é vista principalmente como uma ameaça direta, mas outros europeus acredita-se que Moscovo precisará fazer parte de uma arquitetura de segurança europeia a longo prazo.

"Podemos ter posições diferentes diante da Rússia, mas é inegável que a Rússia é um ator importante em termos de segurança", disse Luigi Di Maio.

Czaputowicz, por outro lado, considera a ideia de que a Rússia faz parte de uma arquitetura de segurança europeia é "absurda e atualmente perigosa".

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