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Advogado acusado de espionagem australiana a Timor defende denunciante

Um advogado australiano, acusado de conspiração por divulgar informações secretas relacionadas com espionagem a Timor-Leste, representou hoje outro alegado denunciante que tornou públicos documentos sobre a presença militar australiana no Afeganistão, noticiou hoje a imprensa local.

Advogado acusado de espionagem australiana a Timor defende denunciante
Notícias ao Minuto

09:33 - 14/02/20 por Lusa

Mundo Imprensa

O advogado Bernard Collaery, um de dois acusados no caso de espionagem australiana a Timor-Leste, está a representar David Mcbride, num processo a decorrer num tribunal de Camberra.

McBride é um ex-advogado do exército que facultou à cadeia televisiva ABC documentos confidenciais sobre a ação de efetivos militares australianos no Afeganistão.

Os dois homens estão no centro de uma campanha em curso na Austrália para reverter as leis de segurança nacional que infringem a liberdade de imprensa e para garantir proteções legais aos denunciantes que expõem irregularidades do Governo.

Os documentos que McBride divulgou serviram de base a uma investigação da ABC, transmitida em 2017, e na qual se denunciava que tropas australianas mataram homens e crianças desarmados em 2013.

Na sequência do programa, os estúdios da ABC foram alvo de rusgas por parte da Polícia Federal e dos serviços secretos australianos.

No caso de Collaery, em causa está a espionagem que o Governo australiano fez a Timor-Leste em 2004, durante as negociações sobre os recursos do Mar de Timor, tendo instalado material de escuta no Palácio do Governo, em Díli, aproveitando obras no edifício realizadas no âmbito do apoio externo australiano ao país.

Collaery será julgado ainda este ano, acusado de conspirar com um ex-espião para divulgar essas informações classificadas, num caso que tem causado mal-estar entre a Austrália e Timor-Leste.

Os antigos Presidentes timorenses Xanana Gusmão e José Ramos-Horta e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros australiano Gareth Evans apresentaram já depoimentos sob juramento a serem usados pela equipa de defesa de Collaery.

O espião, conhecido apenas como "testemunha K", indicou que se vai declarar culpado.

No tribunal, Collaery disse que estava em causa determinar se McBride tinha atuado ao abrigo da Lei de Divulgação de Interesse Público, por os documentos terem sido divulgados por interesse público.

Na quinta-feira, Mcbride iniciou uma campanha de angariação de fundos para financiar a sua defesa.

"Estou a enfrentar 50 anos de prisão por denunciar a liderança antiética, prejudicial e altamente politizada da Força de Defesa Australiana", disse McBride aos jornalistas à saída da audiência.

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