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Por dentro das prisões em que membros do Daesh esperam para saber destino

Depois da derrota do Estado Islâmico, milhares de militantes do Estado Islâmico aguardam para saber o seu destino nas prisões e nos centros de detenção da Síria.

Notícias ao Minuto

07:22 - 18/02/20 por Silvia Abreu

Mundo Estado Islâmico

Milhares de homens, mulheres e crianças preenchem as prisões e campos de detenção no nordeste da Síria, desde há um ano, depois da derrota do Estado Islâmico.

A área que circunda a cidade de Qamishli é maioritariamente controlada pelos curdos, que ajudaram a derrotar o Daesh, e que, desde essa altura, enfrentam as tropas turcas.

A falta de condições das prisões - uma perto de Hasaka e outra no centro da cidade - que abrigam os milhares de prisioneiros, são visíveis nas fotografias fornecidas pela Reuters. Entre os milhares de capturados, um quinto são estrangeiros, cujos países de origem não os querem repatriar.

Apesar de os militares curdos já terem reportado às nações estrangeiras a falta de recursos para a detenção, investigação e julgamento de todos os prisioneiros, a situação mantém-se. 

"Queremos saber qual o nosso futuro. Não sabemos nada sobre as nossas famílias", disse à Reuters Mahmoud Mohammad, um militar sírio do Estado Islâmico, detido na prisão perto da cidade de Hasaka, sul de Qamishli. "Quero saber a minha sentença e o meu destino", continuou.

Abdurrahman Mustafa, de 32 anos, natural da Síria, já sabe qual a sua sentença. "Trabalhei com o Estado Islâmico como civil. A minha sentença é de 2 anos. Sou casado e tenho dois filhos. A minha família está em Raqqa e vem visitar-me", garante.

As condições na prisão perto de Hasaka - que costumava ser uma escola - são ainda piores do que as da prisão central, revelam os jornalistas da Reuters, que viram mais de 50 homens deitados no chão de uma cela, não restando espaço para circular. 

"A luz era quase inexistente e o ar pesado, com cheiro a sujidade e suor. No hospital, no piso zero, estavam cerca de 100 pessoas a necessitar de cuidados, com apenas 50 camas", relatam. Além da prisão, também centenas de mulheres e crianças estão detidas em campos de detenção naquela área.

O centro al-Hol, em Hasaka, é o maior de todos e abriga milhares de pessoas - maioritariamente mulheres e crianças. Depois de abordadas várias mulheres, apenas uma quis falar aos jornalistas, optando por não se identificar.

"Tenho um filho e o meu marido morreu em Baghouz", disse, referindo que está em contacto com a família - que vive em Hong Kong -, mas não quer voltar. "Sei que a situação aqui é difícil, esta não é a minha casa, é uma tenda... mas todos vivemos pelos desejos de Alá. Está tudo está bem", rematou.

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