Amazónia: Papa não autoriza que homens casados e mulheres sejam ordenados
Decisão de Francisco foi conhecida esta quarta-feira. Proposta era histórica na Igreja Católica.
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Mundo Igreja
Francisco revelou esta quarta-feira que não autoriza que homens casados ou mulheres sejam ordenados na Amazónia. Num documento publicado no site da Santa Sé, intitulado 'Querida Amazónia', o Papa rejeitou esta proposta que seria histórica na Igreja Católica.
"O modo de configurar a vida e o exercício do ministério dos sacerdotes não é monolítico, adquirindo matizes diferentes nos vários lugares da terra. Por isso, é importante determinar o que é mais específico do sacerdote, aquilo que não se pode delegar. A resposta está no sacramento da Ordem sacra, que o configura a Cristo sacerdote. E a primeira conclusão é que este caráter exclusivo recebido na Ordem deixa só ele habilitado para presidir à Eucaristia", explica o Santo Padre na missiva.
Sobre o papel da mulher na Amazónia, Francisco sublinha que "há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decénios, sem que algum sacerdote passasse por lá" e que isto "foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo".
Porém, prossegue, "este reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra. Mas, na realidade, este horizonte limitaria as perspetivas, levar-nos-ia a clericalizar as mulheres, diminuiria o grande valor do que elas já deram e subtilmente causaria um empobrecimento da sua contribuição indispensável".
Recorde-se que, em outubro do ano passado, bispos católicos pediram a ordenação de homens casados como sacerdotes, uma solução para enfrentar a escassez de clérigos na Amazónia.
A maioria dos 180 bispos de nove países da Amazónia pediu também ao Vaticano para reabrir um debate sobre a ordenação de mulheres como diáconos, sustentando que "é urgente que a Igreja promova e confira na Amazónia ministérios para homens e mulheres de maneira equitativa", de acordo com o documento final, citado pela agência Associated Press.
[Notícia atualizada às 11h52]
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