RCA: Oposição formaliza coligação de olhos postos nas eleições gerais
A Coligação da Oposição Democrática 20-20 (COD 20-20), uma aliança de vários partidos da oposição da República Centro-Africana criada em novembro, foi oficializada esta semana, antecipando as eleições gerais do final do ano.
© Reuters
Mundo RCA
Segundo noticiou hoje a comunicação social internacional, a COD 20-20 foi formalizada na segunda-feira, com a assinatura de uma lista por 14 partidos políticos da oposição que esperam que esta cresça nos próximos meses.
Além dos tradicionais partidos da oposição, como o partido do antigo Presidente François Bozizé, o Kwa Na Kwa (KNK), ou os partidos dos antigos primeiros-ministros Anicet-Georges Dologuélé, a União para a Renovação da Centro-Africana (URCA), e Nicolas Tiangayedo, a Convenção Republicana para o Progresso Social (CRPS), a coligação abrange partidos opositores mais recentes.
A coligação pretende "defender e monitorizar questões de paz, segurança e liberdades civis" na RCA, noticiou a Radio France Internationale (RFI).
A presidência da aliança política será rotativa, sendo que Anicet-Georges Dologuélé assume a primeira liderança da coligação, que tem como foco as eleições gerais no final deste ano.
"A nossa vocação é conquistar o poder. A oposição define-se no parlamento e na vida quotidiana. Os políticos da oposição estão a reagrupar-se para tomar medidas de oposições democráticas contra o poder", referiu o presidente da coligação, citado pela publicação francófona.
Anicet-Georges Dologuélé acrescentou que cada um dos membros "toma posições de forma isolada", o que resulta num enfraquecimento das suas posições.
"Ao juntarmo-nos, formamos um bloco poderoso, uma vez que unimos as nossas energias (...) e as nossas vozes", vincou o líder da oposição.
Entre os signatários da missiva encontra-se o antigo primeiro-ministro Mahamat Kamoun, líder do recém-criado partido Be Afrika ti é Kwè.
Segundo a RFI, a coligação está a avaliar a possibilidade de uma única candidatura para as eleições presidenciais.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Minusca, com a 6.ª Força Nacional Destacada (FND) e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel António Grilo.
A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.
Na RCA estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.
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