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Manifestantes e polícia entram em confronto perto do parlamento do Líbano

As forças de segurança do Líbano dispararam hoje gás lacrimogéneo e usaram canhões de água para dispersar manifestantes perto do parlamento, onde vai decorrer um voto de confiança ao Governo.

Manifestantes e polícia entram em confronto perto do parlamento do Líbano
Notícias ao Minuto

09:18 - 11/02/20 por Lusa

Mundo Líbano

Centenas de manifestantes mobilizados na manhã de hoje no centro de Beirute tentaram impedir o acesso dos deputados ao parlamento, acusando o novo Governo liderado por Hassan Diab de não atender às suas aspirações.

Antes de proceder ao voto de confiança, o Parlamento planeou duas sessões, hoje e na quarta-feira, para questionar os ministros e estudar a "declaração ministerial", ou seja, o roteiro que apresenta as linhas gerais do programa de governo.

O Líbano vive desde 17 de outubro um movimento de protesto sem precedentes, que penalizou toda a classe política, acusada de corrupção e incompetência, num país à beira do colapso económico.

As forças de segurança fortaleceram o seu sistema em torno do parlamento, incluindo muros de cimento para bloquear várias estradas no centro da cidade.

Isso não impediu que os manifestantes se reunissem na entrada de várias avenidas que levavam ao parlamento.

Eclodiram confrontos numa destas avenidas, com os manifestantes a atirarem pedras contra a polícia, que respondeu com canhões de água e gás lacrimogéneo, de acordo com o correspondente da agência de notícias AFP.

Noutra avenida, os manifestantes sentaram-se no chão para cortar o caminho que os deputados poderiam seguir, mas o exército interveio para os retirar do local. Um manifestante disse à televisão local que havia sido espancado.

Apesar da mobilização, os deputados conseguiram reunir o parlamento.

Segundo os media locais, os manifestantes bloquearam a entrada de um ministro, atirando ovos contra o seu veículo e cantando "renuncia, renuncia".

No Twitter, o exército afirmou que "atos de vandalismo e ataques às propriedades públicas e privadas contaminam as reivindicações (do protesto), não permitindo que os seus pedidos sejam atendidos e isso também não representa liberdade de expressão".

Os manifestantes exigem um governo de tecnocratas, completamente independente da classe política.

A equipa atual, que inclui figuras desconhecidas do público em geral, foi formada após várias semanas de negociações amargas entre as partes que desfrutam da maioria no parlamento, ou seja, o movimento xiita do Hezbollah e os seus aliados, nomeadamente a Corrente Patriótica Livre (CPL).

Os manifestantes conseguiram a 29 de outubro a demissão do anterior primeiro-ministro, Saad Hariri, tendo o governo sido formado por um único campo político, o do poderoso movimento xiita Hezbollah pró-iraniano e dos seus aliados, maioritários no parlamento e que incluem a formação xiita Amal e a Corrente Patriótica Livre, fundada pelo Presidente Michel Aoun.

O novo chefe do governo libanês, Hassan Diab, tinha prometido que o Executivo faria todo o possível para responder às reivindicações do movimento de contestação, que pede uma revisão do sistema político e a demissão de uma classe política considerada incompetente e corrupta, nomeando um governo de "tecnocratas independentes".

Mas para os manifestantes, os ministros continuam a ser personalidades ligadas à classe política criticada.

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