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Substituição do CFA pelo ECO e simbólica e não muda o rating dos países

A agência de rating Fitch considera que a substituição do franco africano (CFA) pelo Eco é "essencialmente simbólica" e não influencia o perfil de crédito do Benim e da Costa do Marfim, os únicos analisados pela Fitch.

Substituição do CFA pelo ECO e simbólica e não muda o rating dos países
Notícias ao Minuto

10:33 - 09/02/20 por Lusa

Mundo Fitch

"A reforma monetária da União Monetária e Económica da África Ocidental (UEMAO, no original em francês), anunciada pelo Presidente da Costa do Marfim a 21 de dezembro é essencialmente simbólica, já que a indexação ao euro vai ser mantida e a nova moeda vai continuar a beneficiar da garantia de conversão", lê-se numa análise publicada pela Fitch Ratings.

No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "as mudanças não mudam fundamentalmente os riscos de liquidez externa dos dois membros que a Fitch analisa, o Benim, com um rating B e Perspetiva de Evolução positiva, e a Costa do Marfim, com B+ e Perspetiva positiva".

No comentário, a Fitch salienta que a transferência das reservas da UEMAO para o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) não altera o panorama geral e explica que "as reservas reportadas são credíveis, e as políticas económicas deverão continuar a apoiar o nível atual de reservas internacionais".

Ainda assim, apontam, o principal perigo está no acesso ao financiamento internacional, que deixa de ser feito de forma preferencial: "Há um risco de o BCEAO poder ser afetado pela perda do seu acesso a taxas de juros preferenciais nos depósitos no Tesouro francês, mas mudanças mais substanciais ao regime cambial, como a liberalização da moeda, são apenas uma possibilidade a longo prazo", lê-se no documento.

As mudanças ao acordo de cooperação monetária da UEMAO com a França foram anunciadas pelo Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, a 21 de dezembro, na presença do Presidente da França, a antiga potência colonizadora, vão entrar em vigor quando os acordos forem formalmente anunciados, algo que pode acontecer já este ano, mas ainda sem um calendário definido.

A nova moeda engloba três grandes alterações: mudança do nome, que passará de CFA para ECO; eliminação do depósito de pelo menos 50% das reservas internacionais do BCEAO no banco central francês, e retirada da França dos órgãos de governação das entidades financeiras do UEMAO (conselho de administração, comité de política monetário e comissão bancária regional).

O CFA foi criado em 1945, com o acrónimo a representar as Colónias Francesas de África, tendo depois mudado o nome completo para Comunidade Financeira de África.

O novo acordo monetário com a França mantém a indexação ao euro com o mesmo nível de paridade (ECO655,957 por EUR1), e a garantia de notas continua a ser assegurada pelo Tesouro francês.

Os Estados que compõem a UEMAO são o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Niger, Senegal e Togo.

O BCEAO é o Banco Central dos Estados da África Ocidental, e é sediado em Dakar no Senegal, de onde serão emitidas as novas notas.

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