Síria: Forças sírias retomam cidade estratégica de Saraqeb
As forças armadas sírias retomaram hoje o controlo da cidade estratégica de Saraqeb, no noroeste da Síria, após semanas de bombardeamentos e combates contra os 'jihadistas' e os rebeldes, anunciou a televisão estatal.
© Lusa
Mundo Síria
"Unidades do exército controlam agora a totalidade da cidade de Saraqeb", situada na província de Idlib, disse a televisão, que transmitiu imagens em direto de zonas da cidade desertas.
Saraqeb fica na junção de duas autoestradas chave, a M5 e a M4, que o regime do Presidente Bashat al-Assad quer reconquistar para recuperar a economia devastada por quase nove anos de guerra.
A M5 liga Alepo, segunda maior cidade do país e antigo pulmão económico da Síria, à capital, Damasco, enquanto a M4 liga Alepo à cidade costeira de Latákia, bastião do regime.
No final de janeiro, as forças do regime, apoiadas pelas forças aliadas russas, já tinham reconquistado a cidade chave de Maaret al-Noomane, a segunda maior da província de Idlib, também atravessada pela M5.
Estas novas reconquistas surgem após a Turquia, que apoia alguns grupos rebeldes, enviar reforços para impedir um maior avanço das forças do regime.
Na sexta-feira, 350 veículos atravessaram a fronteira da Turquia para a Síria em direção a Idlib, segundo a agência estatal turca Anadolu.
A Turquia tem uma dezena de postos de observação na província de Idlib em virtude de um acordo com a Rússia.
Mais de metade da província de Idlib e algumas zonas das províncias vizinhas de Alepo, Hama e Latákia são dominadas pelos 'jihadistas' do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-ramo sírio da Al-Qaida), abrigando também grupos rebeldes, alguns dos quais apoiados por Ancara.
Esta região, de três milhões de habitantes, alberga também outros pequenos grupos 'jihadistas' e rebeldes enfraquecidos.
O regime de Assad lançou em dezembro a sua operação na região de Idlib, que já provocou o êxodo de cerca de 586.000 pessoas, segundo a ONU.
A frente de Idlib representa a última grande batalha estratégica do regime, que já controla mais de 70% do território, segundo o Observatório Sírio dos direitos humanos.
No início da semana, num combate inédito entre o exército turco e as forças sírias na província de Idlib foram mortas mais de 20 pessoas dos dois lados e, na quarta-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, fez um ultimato ao seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, para que faça recuar as suas tropas no noroeste da Síria.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já pediu uma "cessação das hostilidades" entre turcos e sírios, evocando uma "mudança extremamente preocupante na natureza do conflito".
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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