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Autoridade xiita exorta forças de segurança a proteger manifestantes

O 'ayatollah' Ali al-Sistani, figura tutelar da política no Iraque, condenou hoje os ataques dos apoiantes do líder xiita Moqtada al-Sadr contra manifestantes antigovernamentais e pediu às forças de segurança que protejam as pessoas.

Autoridade xiita exorta forças de segurança a proteger manifestantes
Notícias ao Minuto

14:31 - 07/02/20 por Lusa

Mundo Iraque

No discurso semanal de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, Al-Sistani salientou que "é imprescindível a presença de forças de segurança oficiais para evitar cair no abismo do caos".

As palavras do 'ayatollah' ocorrem depois de apoiantes do clérigo Moqtada al-Sadr atacarem na quarta-feira manifestantes que protestavam contra o Governo em Najaf, sul do Iraque.

Os confrontos entre as duas partes provocaram pelo menos sete mortos e dezenas de feridos.

Al-Sistani realçou que é a polícia que "tem de se encarregar de manter a segurança e a estabilidade, protegendo as praças de protestos e os manifestantes" e afirmou que "não há justificação para que (as forças de segurança) não exerçam o seu dever".

No discurso, lido na cidade de Kerbala pelo seu representante Abdelmahdi al Karbalai, face à idade avançada de Al-Sistani e o seu estado de saúde frágil, o 'ayatollah' indicou que as forças de segurança "devem agir com total profissionalismo e afastar-se do uso de violência durante protestos pacíficos".

As milícias de Al-Sadr, que liderou a resistência contra a invasão norte-americana no Iraque em 2003, atacaram recentemente os participantes nos protestos em Bagdad, capital do Iraque e outras cidades do sul.

Al-Sadr apoiou o movimento de protesto desde o seu início, mas no passado dia 25 mudou de posição e exortou os seus apoiantes a restabelecer a normalidade nas ruas com as forças de segurança, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos em 03 de janeiro em Bagdad, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Al-Sistani apoiou os protestos que levaram milhares de pessoas às ruas desde 01 de outubro para pedir mudanças no Governo, o fim da corrupção e melhores serviços básicos.

Após a nomeação do primeiro-ministro, Mohammed Tawfiq Allawi, na semana passada, Al-Sistani reiterou que o novo Governo deve "conquistar a confiança do povo", assim como "afastar-se das influências (...) e intervenções estrangeiras", mas sublinhou que não quer determinar "os passos a seguir" do executivo.

Mohammed Tawfiq Allawi, que já recebeu grupos de representantes da contestação, a quem fez várias promessas, tem até 02 de março para propor uma lista de ministros, cada um dos quais deve obter a confiança do parlamento.

Mais de 480 pessoas foram mortas e cerca de 30.000 ficaram feridas na violência ligada à contestação desde outubro, na maioria manifestantes, segundo um balanço compilado pela agência France-Presse a partir de fontes da segurança e médicas.

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