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Cerca de 4.500 crianças morrem de sarampo na RDCongo em 2019

Cerca de 4.500 crianças morreram, em 2019, na República Democrática do Congo (RDCongo) no pior surto de sarampo da última década neste país da África Central, anunciou hoje a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Cerca de 4.500 crianças morrem de sarampo na RDCongo em 2019
Notícias ao Minuto

13:43 - 06/02/20 por Lusa

Mundo Médicos sem Fronteiras

Segundo a organização, três em cada quatro mortes causadas pela doença, contagiosa e considerada como uma das principais causas de mortalidade infantil, foram de crianças, para as quais existe uma vacina segura e barata.

O surto começou em meados de 2018, mas só foi oficialmente declarado como tal em junho de 2019, fazendo com que mais de 310.000 pessoas contraíssem a doença e mais de 6.000 morressem, uma taxa de mortalidade superior à dos surtos anteriores.

Todas as províncias da RDCongo foram afetadas por este surto, que foi mais mortal do que o do Ébola, que foi classificado como uma emergência internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A OMS já tinha advertido em janeiro para a situação alarmante provocada pelo sarampo, dando os mesmos números e especificando que 25% dos casos são diagnosticados em crianças com menos de 5 anos de idade.

O sarampo é uma doença viral, altamente contagiosa, que causa febre e complicações respiratórias, especialmente em adultos jovens.

A OMS alertou que a falta de financiamento está a ser um "grande impedimento" para fazer abrandar o surto e estimou que são necessários mais 40 milhões de dólares (36,3 milhões de euros) para financiar a assistência médica e a extensão do plano de vacinação durante os próximos seis meses.

O surto foi ampliado, não só pelos baixos níveis de vacinação, mas também por problemas como o difícil acesso a algumas áreas, de má nutrição em muitos setores da população e ainda pelas fracas infraestruturas sanitárias congolesas.

"Há alguns dias recebemos uma mãe que veio com os seus dois filhos doentes de uma aldeia a 20 quilómetros de distância. As duas crianças tinham sido hospitalizadas por 10 dias em dois centros de saúde perto de casa, mas o tratamento que receberam não funcionou", explicou o coordenador dos MSF numa das províncias congolesas, Kongo Central, Roland Fourcaud.

A insegurança também é considerada outro problema grave em algumas das zonas afetadas, num país onde mais de uma centena de grupos armados estão a operar e a cometer assassínios frequentes.

Uma das áreas mais afetadas pela questão da insegurança é o nordeste do país, uma região que também está a lutar desde agosto de 2018 com um surto de Ébola, que matou 2.251 pessoas - quase um terço dos mortos pelo sarampo - com 3.429 casos.

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