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Comissão pede reflexão sobre "causas profundas" de conflitos africanos

O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, apelou hoje a uma reflexão sobre as "causas profundas" da violência em África, considerando que o défice de segurança ameaça minar os esforços de desenvolvimento do continente.

Comissão pede reflexão sobre "causas profundas" de conflitos africanos
Notícias ao Minuto

11:08 - 06/02/20 por Lusa

Mundo Cimeira

"A vontade e os esforços mobilizados para construir a África que queremos correm o risco de ser minados pelo défice de segurança", disse Moussa Faki Mahamat.

"A ascensão em potência de 'jihadistas', extremistas e terroristas, atestada pelos repetidos ataques mortais, que enlutam as populações, atiram os sobreviventes para os caminhos do exílio e dos deslocamentos forçados, é uma preocupação permanente", acrescentou.

O Presidente da Comissão falava, na sede da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia, no arranque da 36.ª reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros (Conselho Executivo) dos 55 países membros da organização.

O encontro, que decorre entre hoje e sexta-feira, antecede a 33.ª cimeira de Chefes de Estado e de Governo, marcada para domingo e segunda-feira, e que tem como tema "Silenciar as armas, criar condições favoráveis para o desenvolvimento em África".

O Conselho Executivo irá analisar e aprovar os projetos de decisões e declarações a submeter à assembleia de chefes de Estado e de Governo.

Os líderes da União Africana adotaram em 2013 o objetivo de silenciar as armas no continente até 2020 como um dos projetos emblemáticos da organização, que entende os conflitos como um dos maiores impedimentos à implementação da agenda de desenvolvimento do continente até 2063 (Agenda 2063).

Neste contexto, Moussa Faki Mahamat reconheceu a pertinência do tema da cimeira e lembrou a urgência de "construir a paz".

"O conflito na Líbia, a ameaça dos 'jihadistas' Al-Shabab na Somália, em Moçambique, na região do Sahel e na zona do lago Chade e o recrudescimento dos conflitos comunitários e do radicalismo, para citar apenas alguns exemplos, reforçam a convicção de que o tema do ano é mais do que pertinente", disse.

"O problema é que a meta de 2020 já está aqui", considerou, apelando a uma reflexão sobre a doutrina da organização em matéria de segurança, bem como sobre as "causas profundas" dos conflitos que persistem em África.

"Devemos construir a paz brevemente, aplicando soluções inovadoras que relativizem a solução militar, e apostem no desenvolvimento e na solidariedade", defendeu.

Durante a intervenção perante os membros do Conselho Executivo, o presidente da Comissão da União Africana congratulou-se como os avanços da democracia no continente em 2019, com a realização de eleições livres e transparentes em vários países.

Por outro lado, destacou como "desafios não negligenciáveis" as contestações pré e pós-eleitorais que "adensaram o clima político e social" em outros países.

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