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EUA desenvolveram arma nuclear de baixa potência para submarinos

Os Estados Unidos anunciaram hoje que desenvolveram pela primeira vez uma arma nuclear de baixa potência para lançamento por submarino, com a intenção de dissuadir a Rússia de usar armas semelhantes.

EUA desenvolveram arma nuclear de baixa potência para submarinos
Notícias ao Minuto

20:14 - 04/02/20 por Lusa

Mundo Nuclear

O Pentágono já avisara, em fevereiro de 2018, que estava a modificar cerca de 50 ogivas nucleares para as poder instalar em submarinos, com o propósito declarado de responder a ameaças russas.

Segundo os EUA, Moscovo está a modernizar um arsenal de duas mil armas nucleares táticas, para ameaçar países europeus, contornando o tratado de desarmamento START, assinado entre os dois países, em 1991.

Hoje, o Pentágono disse que o plano de dissuasão nuclear começou a ser desenvolvido.

"A Marinha dos EUA introduziu a ogiva nuclear W16-2, de baixa potência, num míssil balístico para lançamento desde um submarino", afirmou John Rood, número dois do Pentágono, num comunicado.

"Potenciais adversários, como a Rússia, acreditam que o uso de armas nucleares de baixa potência lhes dará uma vantagem sobre os Estados Unidos e os seus aliados e parceiros", acrescentou Rood, que confirmando assim informações de um grupo de especialistas que tinha levantado essa possibilidade.

A Rússia já assumiu que conta com armas estratégicas nucleares como base para a doutrina de dissuasão assente no princípio da "destruição mútua garantida".

Estas armas nucleares táticas, de potência inferior à que foi usada em Hiroshima, no final da II Guerra Mundial, permitiria a Moscovo conseguir vantagem sobre os ocidentais em caso de conflito, já que Washington hesitaria em retaliar com uma arma nuclear de potência total, muito mais devastadora.

Segundo a estratégia do Pentágono, hoje explicada, a Rússia tem ser rapidamente dominada em caso de conflito convencional com as potências ocidentais.

Para compensar, Moscovo adotou uma doutrina de "escalada em escalada", que consistiria em usar primeiro uma arma nuclear de baixa potência, com efeitos limitados.

A inclusão de armas nucleares desse tipo nas Forças Armadas dos EUA visa "fortalecer a dissuasão" e proporcionar aos Estados Unidos uma capacidade de resposta "rápida e menos mortal", explicou Rood, no comunicado.

"Isto demonstra a possíveis adversários que o uso limitado de armas nucleares não é eficaz, porque os Estados Unidos podem responder de forma credível e decisiva a qualquer ameaça", explica o Pentágono.

A arma tem três vezes menos potência do que a bomba de Hiroshima e muito menos do que outras armas nucleares a bordo de submarinos americanos, segundo esses especialistas.

Mas, longe de ser tranquilizador, o facto de essas armas nucleares existirem aumenta a probabilidade de poderem ser usadas.

"Alguns consideram que esta ogiva nuclear é uma resposta à estratégia russa chamada 'de escalada em escalada', que reforçará a dissuasão e tornará menos provável o uso de armas nucleares. Outros afirmam que aumenta a probabilidade de uso de armas nucleares pelos Estados Unidos e aumenta o risco de uma guerra nuclear", concluiu um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso norte-americano, no mês passado.

Para especialistas do Boletim dos Cientistas Atómicos, a nova ogiva nuclear é "uma arma perigosa baseada num mau pensamento estratégico".

Se um submarino americano disparar um míssil armado com carga reduzida, o inimigo não terá como saber o poder da arma que se move na sua direção, o que representará um 'problema de discriminação': o inimigo corre o risco de prever o pior e responder com uma arma nuclear de potência total", explicam os especialistas.

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