"O que exigimos agora (dos talibãs) é uma prova irrefutável da vontade e capacidade de reduzir a violência e as ameaças, de forma a que as conversações de paz possam ocorrer num contexto menos violento", afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos em conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uzbequistão, Abdulaziz Kamílov, realizada em Tashkent.

Pompeo lembrou que as autoridades norte-americanas e os talibãs já estiveram perto de chegar a um acordo, mas estes "não conseguiram demonstrar nem vontade nem capacidade" de reduzir a violência no Afeganistão e enfatizou que, em último caso, cabe aos próprios afegãos criar "paz e estabilidade" no país.

O enviado dos EUA para a reconciliação afegã, Zalmay Khalilzad, alertou no sábado, após uma reunião com o Presidente afegão, Ashraf Ghani, que Washington aguarda uma resposta clara dos talibãs sobre um cessar-fogo ou uma redução duradoura da violência para que as negociações de paz avancem.

Khalilzad referiu que, durante as conversações mais recentes, não se registou qualquer "progresso significativo", já que os EUA pedem um cessar-fogo e o grupo insurgente fez saber que não tem qualquer intenção de o fazer.

Por seu lado, o chefe da diplomacia uzbeque admitiu que o seu país está "ativamente envolvido no processo afegão de reconciliação pacífica", já que isso afeta os interesses nacionais e de segurança do seu país.

Kamílov elogiou a política de Washington no Afeganistão porque, "apesar de todos os comentários, a presença dos Estados Unidos é, há muitos anos, um fator estabilizador da situação" naquele país da Ásia Central.

"Os Estados Unidos estão a fazer o que é correto e vamos coordenar esforços para garantir a segurança regional e cumprir os nossos objetivos no processo de paz do Afeganistão", acrescentou.

Pompeo adiantou que os EUA vão doar um milhão de dólares ao Uzbequistão para promover o desenvolvimento das relações com o Afeganistão e fortalecer a segurança a nível regional.

"Estreitar as relações entre o Uzbequistão e o Afeganistão fortalecerá a paz e o desenvolvimento, não apenas aqui e no Afeganistão, mas por toda a Ásia Central", explicou o secretário norte-americano.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão) encontraram-se hoje com Pompeo, no formato "C5+1", para falarem sobre a situação no Afeganistão, além de questões de segurança e cooperação regional.

O formato "C5+1" foi criado em novembro de 2015 para solucionar problemas comuns de segurança e ecologia, melhorar o comércio na região e facilitar o comércio e os investimentos dos EUA na Ásia Central.

A visita de Mike Pompeo ao Uzbequistão faz parte de uma ronda que também incluiu o Reino Unido, a Ucrânia, a Bielorrússia e o Cazaquistão.

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