Croácia determinada a fechar orçamento da UE até junho
O primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, disse hoje que "está determinado" a fechar o orçamento da União Europeia (UE) até junho e que essa é também a vontade da Alemanha, que assume a presidência no segundo semestre.
© Lusa
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"A nossa abordagem é que estamos determinados a chegar a um resultado final durante os nossos seis meses", disse Plenkovic em entrevista à Lusa à margem da Cimeira dos "Amigos da Coesão" a decorrer hoje no Convento de São Francisco, em Beja.
Questionado sobre se, ante o impasse nas negociações, um acordo sobre o orçamento da UE para 2021-2027 pode vir a ser fechado só na presidência alemã, Plenkovic assegurou que Berlim tem a mesma posição de Zagreb.
"Falei com a chanceler [alemã, Angela] Merkel em Berlim, há duas semanas, e a nossa posição e a posição dela é que devemos tentar e resolver a questão durante a presidência croata", disse.
As negociações para o chamado Quadro Financeiro Plurianual (QFP) estão num impasse e atrasadas, acentuando-se a pressão para que o Conselho Europeu chegue a acordo rapidamente para evitar um hiato na transição entre o quadro atual e o próximo, o que teria consequências a nível de programação atempada dos fundos.
Os 27 estão divididos entre os chamados países "frugais", que não querem contribuir mais do que 1% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) para o orçamento europeu, e os "Amigos da Coesão", 17 Estados-membros, muitos dos quais são os que mais beneficiam dos fundos de coesão, que rejeitam cortes na coesão e na Política Agrícola Comum.
"A ideia é encontrar um consenso para atingir um equilíbrio entre o financiamento adequado das políticas tradicionais, agricultura e coesão, e encontrar fundos suficientes e recursos para enfrentar os desafios da neutralidade carbónica, migrações, segurança, inovação, entre outros", disse o primeiro-ministro croata.
Plenkovic explicou que para a Croácia o orçamento europeu é importante não apenas porque é ainda o segundo "pacote orçamental" desde a adesão, em 2013, como é um país "que ainda precisa de elevar o nível de vida dos seus cidadãos e o desenvolvimento médio das suas regiões".
A convergência com Portugal, explicou, deve-se ao papel dos fundos europeus como "alavanca do investimento público para o crescimento económico, o desenvolvimento de infraestruturas e projetos locais".
Apesar dos diferentes níveis de desenvolvimento dos países que recebem fundos de coesão, que alguns dos defensores dos cortes apontam como justificação para um menor orçamento para a política de coesão, Andrej Plenkovic salientou que, numa Cimeira como a de Beja, estão em causa "os aspetos em que há uma convergência plena".
"A ideia é ter conclusões comuns. Depois teremos negociações bilaterais com [o presidente permanente do Conselho Europeu] Charles Michel, em Bruxelas, e depois chegar a uma posição para as negociações de 20 de fevereiro em Bruxelas", disse, referindo-se à Cimeira extraordinária sobre o orçamento.
Com Charles Michel mandatado para liderar as negociações, o papel da presidência croata, disse, é "assisti-lo nesse processo e depois negociar com o Parlamento Europeu e com a Comissão mais de 40 atos legislativos setoriais".
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