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Ativistas da Irlanda do Norte prometem continuar a lutar contra o Brexit

Grupos de ativistas reuniram-se hoje na fronteira entre as duas Irlandas para protestar contra o 'Brexit' e alertar o Governo de Londres de que "a luta continua".

Ativistas da Irlanda do Norte prometem continuar a lutar contra o Brexit
Notícias ao Minuto

18:34 - 31/01/20 por Lusa

Mundo Brexit

No dia em que o Reino Unido sai da União Europeia (UE), grupos de manifestantes organizaram-se em pontos de passagem entre a República da Irlanda (que continua a fazer parte da UE) e a Irlanda do Norte (que pertence ao Reino Unido), exibindo cartazes e faixas com mensagens de protesto.

Nas manifestações marcaram presença diversos partidos da Irlanda do Norte, incluindo o Sinn Féin, antigo braço político do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), assim como representantes da comunidade nacionalista católica.

Mary Lou McDonald, líder desta comunidade católica, insistiu na mensagem de que o 'Brexit' deve unir as diferentes identidades que coexistem na Irlanda do Norte e cujo eleitorado votou contra a saída do Reino Unido, no referendo de 2016.

De acordo com esta ativista, muitos cidadãos da Irlanda do Norte que se consideram britânicos ou unionistas (protestantes) pensam que a reunificação da Irlanda é "a única e melhor forma" de permanecer no bloco comunitário.

"Isso fica demonstrado pelo facto de um número sem precedentes de pessoas estar a meter papéis para obter o passaporte irlandês. Eles fazem isso para proteger os seus interesses, porque percebem que esses interesses são melhor atendidos numa nova Irlanda que faz parte da União Europeia", explicou McDonald.

A líder nacionalista lembrou ainda que o acordo de paz da Sexta-feira Santa, o texto que encerrou o conflito irlandês em 1998, contempla a possibilidade de Londres convocar um referendo sobre reunificação, o objetivo histórico do movimento Sinn Féin.

"Embora alguns o sugiram, não estou a dizer que realizaremos esse referendo amanhã ou no próximo mês. Mas quero deixar claro que (o referendo) será realista e viável dentro de cinco anos", concluiu McDonald.

Além dos protestos nas áreas de fronteira, os ativistas também se manifestarão hoje à noite em Belfast, antes da Assembleia Autónoma da Irlanda do Norte, sede do governo de poder compartilhado entre protestantes e católicos.

"Estamos preocupados com o facto de o povo da Irlanda do Norte que mora na fronteira ter direitos diferentes dos que estão a 50 metros daqui. Não teremos acesso no futuro aos direitos que temos agora como cidadãos da União Europeia", lamentou Declan Fearon, um dos ativistas.

Estas posições explicam o que foi escrito nos cartazes nas manifestações, onde se pode ler que "a luta continua" e que a Irlanda do Norte "manterá a oposição ao 'Brexit'".

"Nem o povo nem os seus representantes políticos deram consentimento para Irlanda do Norte deixar a União Europeia hoje", avisa Mary Lou McDonald.

O Partido Democrata Unionista (DUP), maioritário na comunidade protestante, defendeu desde o início do processo o rompimento com Bruxelas, mas também não está satisfeito com o acordo de saída que Londres e Bruxelas concordaram.

Os unionistas temem que, para manter aberta a fronteira entre as duas Irlandas - chave para a paz e para as suas economias - a Irlanda do Norte possa ter um estatuto diferente do resto do Reino Unido, o que, na sua perspetiva, colocaria em risco a sua integridade territorial.

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