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Foi absolvido de ocultação de abusos sexuais. Mas cardeal quer renunciar

O cardeal francês Philippe Barbarin, que hoje foi absolvido por um tribunal superior da acusação de ter ocultado abusos sexuais, reiterou a sua vontade de renunciar.

Foi absolvido de ocultação de abusos sexuais. Mas cardeal quer renunciar
Notícias ao Minuto

18:19 - 30/01/20 por Lusa

Mundo Igreja Católica

O cardeal e arcebispo de Lyon Philippe Barbarin, condenado em primeira instância a seis meses de prisão com pena suspensa, foi hoje absolvido por um tribunal de recurso.

Philippe Barbarin tentou renunciar após ter sido condenado em primeira instância em março de 2019, contudo, o Papa Francisco recusou-se a aceitar a renúncia até que o recurso da decisão fosse apreciado por um tribunal superior ou a condenação transitasse em julgado.

Hoje, em conferência de imprensa, Barbarin disse que irá a Roma "renovar o pedido" de renúncia", acrescentando que a decisão de hoje permite que a igreja de Lyon abra um novo capítulo.

O caso que levou à condenação do cardeal em primeira instância envolve o padre francês Bernard Preynat, que admitiu ter abusado de escuteiros entre as décadas de 1970 e 1990.

Vários responsáveis da Igreja foram acusados de encobrir Bernard Preynat por muitos anos, mas algumas das situações tinham o prazo de procedimento criminal prescrito e apenas Barbarin foi condenado.

O processo contra Barbarin resulta de uma discussão ocorrida em 2014 com Alexandre Hezez, que contou ao cardeal sobre a violência sexual que sofreu na década de 1980 por Preynat nos campos de escuteiros. Hezez acrescentou que o padre não deveria mais dirigir uma paróquia.

Na sentença condenatória em março, o tribunal de Lyon concluiu que Barbarin "para evitar escândalos causados pelos múltiplos abusos sexuais cometidos por um padre (...) preferia correr o risco de impedir a descoberta de muitas vítimas de abuso sexual pelo sistema judicial".

Barbarin alegou na audiência de recurso que seguiu as instruções do Vaticano após a discussão de 2014 com Hezez, sugerindo que não poderia ter feito mais.

Preynat, que terá abusado de pelo menos 85 crianças, foi transferido para outra paróquia, mas continuou a trabalhar com crianças até à sua reforma em 2015. O padre será julgado em Lyon em janeiro sob a acusação de agressão sexual a menores.

Em julho, a Igreja Católica da França declarou-o culpado de abusar sexualmente de vários escuteiros ao longo de vários anos, refletindo a tendência crescente da Igreja em reconhecer os casos de abuso sexual de crianças por padres e outros dignitários religiosos.

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