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Trump acusa ex-conselheiro de falsificar informações e de ingratidão

O Presidente dos EUA Donald Trump atacou hoje violentamente o seu ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, que se disponibilizou para testemunhar no julgamento político de que é alvo no Senado, acusando-o de ingratidão e de divulgar informações falsas.

Trump acusa ex-conselheiro de falsificar informações e de ingratidão
Notícias ao Minuto

14:54 - 29/01/20 por Lusa

Mundo Trump

John Bolton escreveu, num livro que aguarda publicação, que Trump quis reter centenas de milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia até que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concordasse anunciar que iria investigar a atividade da família Biden junto de uma empresa ucraniana envolvida num caso de corrupção.

A revelação contraria a posição da equipa jurídica de Trump - no julgamento político que decorre no Senado, no âmbito do processo de 'impeachment' -- que tem insistido em que o Presidente norte-americano nunca vinculou a suspensão da ajuda militar à Ucrânia às investigações ao ex-vice-Presidente Joe Biden e ao seu filho Hunter, na empresa ucraniana Burisma.

Trump já tinha negado as acusações do manuscrito de Bolton e hoje usou a sua conta pessoal na rede social Twitter para o acusar de ingratidão, garantindo que o ex-conselheiro lhe "implorou" um emprego.

"Um tipo que não conseguiu ser aprovado para o lugar de embaixador nas Nações Unidos, há uns anos, e que não conseguiu ser aprovado para mais nada desde então, que me implorou para um lugar que não necessitasse de aprovação no Senado, que eu lhe dei, apesar dos muitos 'não o faça, senhor...', que ficou com o emprego", escreveu Trump no Twitter sobre Bolton.

O Presidente diz que apesar dos favores que lhe prestou e de Bolton "ter cometido muitos erros", logo que saiu "escreveu um livro falso e desagradável", acrescentando que ele usou informação classificada de segurança nacional.

Segundo relatos do manuscrito, Bolton revela que Trump vinculou qualquer ajuda militar à Ucrânia ao anúncio de investigações da justiça ucraniana à empresa Burisma, onde tinha colaborado Hunter Biden, filho de Joe Biden, ex-vice-Presidente de Barack Obama e candidato nas eleições primárias democratas.

Esta relação "quid pro quo" está na base dos dois artigos para destituição, aprovados na Câmara de Representantes, que acusam Trump de abuso de poder e obstrução ao Congresso e que estão agora a ser julgados no Senado.

Bolton demitiu-se do cargo de conselheiro nacional, em setembro passado, revelando divergências com o Presidente em várias matérias, em particular de política externa, nomeadamente relacionadas com as intervenções militares no Afeganistão e na Síria, bem como o relacionamento com a Coreia do Norte e com o Irão.

O anúncio de informações contidas no livro que irá ser publicado, relacionadas com o caso ucraniano, estão a servir para os democratas pressionarem a maioria republicana no Senado para ouvirem mais testemunhas no julgamento político que decorre desde a semana passada.

Os republicanos consideram que a informação recolhida durante a fase do inquérito, na Câmara de Representantes, para destituição do Presidente é suficiente para o julgamento político e usaram a maioria no Senado para rejeitar a aceitação inicial de mais testemunhas.

Mas esta semana o Senado votará novas propostas para audição de novas testemunhas e os democratas já fizeram saber que pretendem ouvir John Bolton, bem como o chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney.

A imprensa norte-americana diz hoje que alguns dos senadores republicanos poderão alinhar ao lado dos democratas, permitindo a aprovação de mais documentos e mais testemunhas durante o julgamento político.

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