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República Centro-Africana: 2 mortos e 10 mil deslocados após confrontos

O porta-voz da missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA) disse hoje que confrontos em Bria, região diamantífera no leste, provocaram dois mortos, cerca de 20 feridos e mais de 10 mil deslocados.

República Centro-Africana: 2 mortos e 10 mil deslocados após confrontos
Notícias ao Minuto

18:23 - 28/01/20 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

Em declarações, por telefone, à agência Lusa, Vladimir Monteiro, explicou que os confrontos começaram na noite de sábado com "um incidente banal" entre dois grupos étnicos, tendo escalado para "tiroteios intensos" na manhã de domingo e provocado "mais de 10 mil deslocados".

De acordo com o porta-voz da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a estabilização da República Centro-Africana (Minusca), apesar dos relatos que, nas redes sociais, dão conta de mais de meia centena de mortos, apenas estão confirmadas duas vítimas mortais.

"Tem havido uma série de informações nas redes sociais que falam de 50, mas só temos duas vítimas mortais confirmadas e cerca de 20 feridos", disse.

Relatos de várias organizações não-governamentais no terreno, incluindo a Cruz Vermelha, e do próprio perfeito da região de Haute Kotto, apontavam hoje de manhã para a existência de 50 mortos em consequência dos confrontos, dados não confirmados por Vladimir Monteiro.

Os confrontos levaram à intervenção dos "Capacetes Azuis" da Minusca, que tem uma importante força na zona, segundo o porta-voz.

"Houve uma intervenção da força para tentar assegurar a proteção das pessoas e fazer patrulhas. Na tarde de domingo, o chefe do escritório da Minusca em Bria e o prefeito da região de Haute Kotto iniciaram uma série de reuniões com as partes e, desde essa altura, não tem havido problemas", afirmou.

"A situação mantém-se calma por agora", acrescentou.

Vladimir Monteiro disse ainda que, nesta operação, não houve intervenção de forças portuguesas - baseadas em Bangui -, sendo os militares deslocados na zona de Bria do contingente italiano, do Gabão, do Ruanda e das Forças Armadas da RCA.

Vários grupos armados e milícias disputam o controlo de Bria, zona rica em diamantes no leste do país.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na coligação Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

O Governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Minusca, com a 6.ª Força Nacional Destacada (FND) e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana.

A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.

Na RCA, estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.

A Minusca, globalmente, integra cerca de 12.900 militares e polícias.

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