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Trump anuncia plano de paz no Médio Oriente

O Presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou hoje a sua "visão" para um plano de paz no Médio Oriente, falando de "solução realista de dois estados" e anunciando Jerusalém como "a capital indivisível de Israel".

Trump anuncia plano de paz no Médio Oriente
Notícias ao Minuto

18:03 - 28/01/20 por Lusa

Mundo EUA

Numa cerimónia na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump apresentou o plano de paz para o Médio Oriente, explicando que a aceitação do nascimento de um estado palestiniano deve ficar condicionado a "uma clara rejeição do terrorismo".

Trump referiu-se sempre ao plano de paz como "a minha visão", dizendo que se outras soluções falharam no passado, por serem "muito leves", a sua sucederá, porque assenta num longo documento de 80 páginas e é "a mais arrojada".

O plano de paz propõe um estado palestiniano "desmilitarizado", que "viva em paz ao lado de Israel", apesar das críticas que têm sido feitas por líderes palestinianos ao programa hoje apresentado na Casa Branca, acusando-o de ser demasiado benevolente para com os interesses israelitas.

Aliás, na apresentação do plano de paz, Trump reconheceu que tem feito muito por Israel, admitindo que a sua "visão" aumenta substancialmente o território israelita, reconhecendo a soberania de Israel sobre os principais postos da Cisjordânia -- um aspeto que dificilmente será aceite pelas autoridades palestinianas.

Contudo, o Presidente norte-americano explicou que o seu plano vai resultar porque agradará a todos, ignorando que, nos últimos dias, as autoridades palestinianas rejeitaram o que foram conhecendo sobre o plano de paz de Trump, por o considerar demasiado próximo dos interesses israelitas.

"A minha visão apresenta uma oportunidade de ambos os lados ganharem, uma solução realista de dois estados, que abarca o risco que um estado palestiniano representa para a segurança de Israel", disse Trump.

O Presidente dos EUA disse que o futuro estado palestiniano só verá a luz perante várias condições, incluindo uma "clara rejeição do terrorismo" e anunciou que o seu plano admite uma capital palestiniana em Jerusalém oriental.

Após a cerimónia de apresentação do plano de paz, Trump usou a sua conta pessoal na rede social Twitter para divulgar um mapa de divisão de territórios com base na sua proposta e uma legenda em árabe, destinada aos palestinianos, onde mostra o que "o futuro estado da Palestina irá parecer, com uma capital em Jerusalém oriental" e túneis de conexão entre os territórios.

"É tempo de paz", conclui Trump no Twitter, referindo-se ao seu plano e explicando que Jerusalém ficará indivisível e que não haverá necessidade de evacuar quaisquer localidades, israelitas ou palestinianas, na implementação do "mapa conceptual" que fica sujeito a negociações entre as partes.

Ainda durante o seu discurso na Casa Branca, Trump anunciou que Jerusalém será uma "capital indivisível", repetindo a expressão uma e outra vez, para vincar essa condição e lembrando que os Estados Unidos já a tinham aplicado, quando anunciaram a transferência da embaixada dos EUA em Israel para essa cidade.

O plano exige um congelamento de construção de novos colonatos israelitas, durante quatro anos, para permitir à Palestina consolidar o seu estado, enquanto decorrem negociações para estabilizar a situação.

Minutos depois da apresentação do plano, o embaixador dos EUA em Jerusalém, interrogado pelos jornalistas sobre se Israel poderá anexar os seus colonatos na Cisjordânia, disse que todas as possibilidades estão em aberto.

"Israel não precisa esperar por nada", disse o embaixador David Friedman, explicando que essa decisão não precisa aguardar pelo período de quatro anos.

"O caminho vai ser difícil", admitiu Trump, dizendo que foi eleito para os "desafios difíceis" e não para "fugir aos problemas", prometendo que os Estados Unidos estarão presentes em todas as etapas de aplicação do plano que o Presidente quer ver em ação "imediatamente".

O Presidente norte-americano repetiu por várias vezes a importância deste plano de paz para o Médio Oriente como ferramenta para combater o terrorismo, lembrando os feitos dos EUA no combate contra movimentos terroristas em diversos países da região.

Trump disse que tem feito muito para proteger Israel, fazendo referência ao abandono do acordo nuclear com o Irão, em 2018, e aos ataques militares que permitiram a morte de vários líderes de movimentos terroristas.

"O Médio Oriente está a mudar muito rapidamente", concluiu Trump, elogiando este plano de paz e agradecendo a toda a equipa que nele colaborou e dizendo confiar que os palestinianos o irão abraçar, apesar de vários apelos de rejeição que nos últimos dias se ouviram de líderes da Palestina.

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